Vereador quer medicação em creches somente com receita

por Assessoria Comunicação publicado 15/01/2008 18h15, última modificação 18/06/2021 10h21
A receita médica de remédios a serem ministrados nas creches de Curitiba pode se tornar item obrigatório. A idéia de evitar a automedicação é do vereador Valdenir Dias (PSB), cuja proposta já foi analisada pelas comissões da Câmara. O projeto de lei obriga que pais ou responsáveis pelas crianças apresentem a receita original expedida pelo médico, além da cópia, que deverá ser anexada ao prontuário da criança. De acordo com o documento, caso não haja receita, os monitores da creche podem se negar a fazer a medicação solicitada, evitando possíveis problemas administrativos e jurídicos posteriores.
Na justificativa, o parlamentar explica que as crianças que freqüentam creches têm entre quatro meses a cinco anos de idade, sendo comum apresentarem doenças normais ao desenvolvimento. “Muitos pais costumam ministrar remédios por conta própria, com a intenção que a criança melhore. Um simples componente da fórmula pode levar a sérias conseqüências e até mesmo à morte”, argumenta Dias. O documento cita, ainda, que a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) constatou que, a cada ano, cerca de 20 mil pessoas morrem no País, vítimas da automedicação. “Mais de 80 milhões de brasileiros são adeptos desta prática”.
Alerta
De acordo com o Instituto Virtual de Farmacos, alguns medicamentos consumidos com freqüência podem ocasionar perigo. O xarope, por exemplo, pode mascarar o sintoma da tosse, permitindo que a doença evolua sem controle. O uso de antibióticos favorece a resistência às bactérias, perdendo seu efeito com o tempo. Já o colírio pode esconder ou agravar doenças prévias, como glaucoma. As vitaminas, quando em excesso, podem provocar doenças. A vitamina C pode gerar distúrbios gastrointestinais e cálculo renal e a A, em crianças, hipertensão craniana.