Vereador pede mais discussão sobre metrô

por Assessoria Comunicação publicado 16/05/2012 16h20, última modificação 02/09/2021 08h14
A abertura do processo licitatório da Linha Azul do metrô curitibano, ocorrida em audiência pública na noite desta terça-feira (15), motivou novos debates entre vereadores da Câmara Municipal, durante a sessão plenária desta quarta-feira (16). O líder de oposição, vereador Jonny Stica (PT), arquiteto e urbanista, levantou algumas questões sobre a escolha do traçado do novo sistema de transporte a ser implantado na cidade.
O parlamentar fez avaliações e comparativos entre benefícios e prejuízos dos dois tipos de traçado: um o retilíneo, escolhido pela prefeitura, de sobreposição ao sistema atual do ônibus biarticulado, e outro, o circular, compreendendo um traçado que contemplasse a integração de terminais com o centro da cidade, passando por “áreas que historicamente não têm preferência na destinação de recursos do planejamento urbano de Curitiba”.
O debate iniciado por ele na tribuna foi apoiado pelos vereadores Pedro Paulo e Professora Josete, do PT, e contraposto pelos vereadores Jair Cézar (PSDB) e Julieta Reis (DEM). O líder interino do prefeito na Casa, Serginho do Posto (PSDB), interferiu, esclarecendo que, além desta audiência do processo licitatório, acontecerão outras, onde a questão poderá ser novamente abordada.
Traçados
Jonny Stica fez questão de deixar claro que é a favor da implantação do sistema, mas que o debate serve para aprimorar a funcionalidade do novo modal. O traçado de sobreposição atenderia, na opinião do vereador, um número menor de critérios que o traçado circular, uma vez que, para este, “é necessário definir um traçado que integre a cidade como um todo, unindo seus diversos terminais, passando por setores de grande densidade populacional que são desprovidos de infraestrutura (como é o caso do setor sudoeste da região sul), com áreas diferentes daquelas que estão desenvolvidas e consolidadas”.
A fala de Stica incluiu argumentações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Arquitetura e pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo. A principal delas questiona a realização de pesquisas de deslocamento de usuários, moradores e trabalhadores entre origem e destino, não apenas entre bairros da capital, mas também com os municípios da região metropolitana. “Historicamente, desde a década de 60, o eixo Norte-Sul recebe investimentos públicos, prioritariamente, configurando um sistema retilíneo de desenvolvimento para a cidade, fundamentado pela indução do crescimento num eixo que não sofria tanto pelas enchentes e que poderia comportar maior densidade”, explicou o parlamentar, na avaliação retrospectiva que fez sobre a escolha para o traçado do metrô. Contudo, Stica afirmou que, “da época para agora, bairros como Sítio Cercado e Boqueirão, onde moram contribuintes que também pagam os mesmos impostos, ficam aquém de planejamento e investimento igualitários”.
O vereador também avaliou o crescimento da motorização individual de Curitiba, que ocorre num ritmo de 50 mil novos carros por ano. Essa aceleração vai resultar num universo de mais de 500 mil veículos em dez anos, rodando e transformando o trânsito “em toda a cidade, ou seja, de forma circular, e não retilínea”.
Debate
Para os vereadores Pedro Paulo e Professora Josete, “o momento exige diferenciação de planejamentos pontuais, para os de médio e longo prazos, principalmente se levados em consideração os efeitos de conurbação que caracterizam a região metropolitana com mais de 3 milhões de habitantes”.
Para os vereadores Julieta Reis e Jair Cézar, que acompanharam a audiência da prefeitura, o traçado já foi amplamente discutido em 10 de março de 2011, quando a audiência pública realizada com o Ippuc avaliou os impactos do metrô e a questão ambiental da cidade. Julieta Reis disse que o Ministério das Cidades esteve envolvido no processo e que “foi considerado o Plano Diretor de Curitiba, junto com o sistema de Rede Integrada de Transporte (RIT)”.