Vereador insiste em via especial para motoqueiros
O vereador Mario Celso Cunha (PSB), autor de diversas propostas que beneficiam os motoqueiros, lamentou um parecer da Urbs que alega inviabilidade do seu pedido de criação de uma via especial para o tráfego de motos no sistema viário de Curitiba. Segundo o parecer, o pedido fere o artigo 96 do Código Nacional de Trânsito, alegando que as motocicletas são veículos automotores e como tal devem obedecer as normas gerais de circulação e conduta previstas no artigo 29 do mesmo código.
Segundo Mario, "lamentamos esta visão equivocada da Urbs, já que o crescimento do número de motos é muito grande e o trabalho de motoboys ou moto-fretes aumentou de forma incrível, gerando alterações que possibilitem uma atenção especial para esta categoria trabalhadora. O nosso projeto de lei é de 2002, portanto uma luta de sete anos, sem solução. Vamos continuar insistindo nesta avaliação para encontrar um caminho viável, visando beneficiar a circulação dos motociclistas."
Tempos atrás, o vereador, líder do prefeito Beto Richa, já conseguiu junto à Urbs a ampliação de locais de estacionamento, criando dezenas de novos pontos. Agora, reunido com um grupo de 60 motoqueiros, ele recebeu a solicitação de mais pontos de estacionamento, principalmente com estruturas para acorrentar as motos. Ele disse que "já estamos encaminhando o pedido ao órgão competente, incluindo a utilização das barras de ferro para poder fazer o acorrentamento, enquanto o motoqueiro realiza suas entregas ou executa o seu trabalho profissional."
Mario Celso também está insistindo junto aos dirigentes da Caixa Econômica Federal para conseguir, em nível nacional, uma linha de crédito especial para motoboys, beneficiando aqueles que pretendem trocar suas motos. "Como os acidentes com motos são muito frequentes e alguns com perda total, a linha de crédito pode ajudar também aqueles que pretendem adquirir uma nova moto."
Segundo João Carlos Bello, motociclista há 12 anos, "a categoria enfrenta muito preconceito e desrespeito por parte de alguns motoristas de automóveis. Precisamos de uma via especial". Lidio Galli afirma que "nós dependemos da luta contra o relógio para atender nossa clientela. Não queremos briga com ninguém; só ocupar o nosso espaço." Segundo dados extra-oficiais, Curitiba tem hoje mais de 400 empresas de motoboys, com um batalhão de mais de 20 mil pessoas. Em São Paulo, são duas mil empresas cadastradas, com mais de 300 mil motoboys. São registrados mais de dez acidentes diários, com pelo menos duas mortes e muitos feridos e mutilados. Em Curitiba, 66% dos acidentes são com motos de 125cc; 28% com motos entre 250 a 400cc e 6%, com motos de maior potência. Segundo dados oficiais, 87% dos acidentes são com homens e 13% com mulheres.
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