Vereador denuncia doutrinação em sala de aula e defende Escola Sem Partido

por Assessoria Comunicação publicado 17/04/2018 15h45, última modificação 26/10/2021 11h11

Na manhã desta terça-feira (17), vereadores discutiram em plenário o projeto Escola sem Partido (005.00275.2017). O primeiro a trazer o tema à tona foi Ezequias Barros (PRP) que mostrou um vídeo da internet em que um professor estaria censurando de modo incisivo um aluno que mostrou preferência por um político de direita. “Chega da escola estar aparelhada por essa esquerdopatia que assola o país”, afirmou o vereador. Para ele existe doutrinação nas escolas: “está debaixo das nossas barbas, acontecendo todos os dias”.

Ezequias ressaltou que em breve vai ser votado o projeto Escola sem Partido, assinado por ele, Osias Moraes (PRB) e Thiago Ferro (PSDB) – a proposta passou pelas comissões de Constituição e Justiça e Educação e será debatida nesta quarta (18) no colegiado de Serviço Público. “Entendemos que o professor deve falar da esquerda, mas ele também deve abordar a direita e o centro”, defendeu. O vereador criticou o fato de o professor, no vídeo, desqualificar os pastores: “há pastores que gastam sua vida e seu dinheiro para cumprir sua missão”.

Para Osias Moraes (PRB), não é o caso de se generalizar a classe dos professores. “Mas esse do vídeo perdeu uma grande oportunidade de fazer [do aluno] um pensador”, disse Osias. De acordo com ele, o sindicato catarinense emitiu uma nota de solidariedade ao professor e afirma que o vídeo foi editado, mas para Osias a clareza do vídeo é evidente. “Um homem travestido de professor, numa falsa capa de cidadão que, ao ser contrariado, ou mesmo tendo uma posição discordante do seu ideal esquerdista, mostra seu lado perturbado, manipulador, autoritário, desrespeitoso, reacionário e truculento”.

Segundo Osias, o projeto Escola Sem Partido não cria uma mordaça. “Ele é a terceira ou quarta versão do que foi votado na Câmara”. Para Osias, o país vive um “momento de destruição dos valores da família”. “Mestre forma pensamento. Professor tem esse grande papel, deve ser bem remunerado e conceituado pelo que faz. Mas não podemos deixar que essas situações aconteçam”, finalizou.

Dr Wolmir (PSC) destacou um outro vídeo realizado na UTFPR em que um professor “de camiseta vermelha, do Movimento Sem Terra, convida os alunos para irem ao acampamento”. Para o vereador, o aluno está em hipossuficiência em relação ao professor. “No vídeo, quando o professor grita com o aluno é para intimidar”. O vereador também citou outro vídeo em que alunos de uma faculdade, ao protestar pelo refeitório, queimam uma bandeira do Brasil.

Contraponto
“Vivemos um momento complicado, de recuo. Momento no qual se lançou um fenômeno de caça às bruxas”, disse Professora Josete (PT). No entendimento da vereadora, o professor que aparece no vídeo poderia ter dialogado sem desqualificar ninguém. “Mas nós já temos mecanismos que atuam quando um professor age indevidamente, como a sindicância e o processo administrativo, por exemplo. Temos o Conselho Nacional de Educação e a Lei de Diretrizes e Bases. E temos exemplos de professores que foram exonerados ao agir de forma indevida”.

“Nesse sentido eu entendo que não podemos fazer a defesa de um projeto punitivo e antidemocrático de determinar o quê um professor vai falar ou não dentro da sala de aula”, disse Josete. “Não precisamos de nenhuma legislação punitiva que só vem a contribuir para, nesse momento histórico, acirrar o processo de intolerância que não garante um debate democrático”.