Validade indeterminada de laudo de doença celíaca liberada para plenário

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 12/12/2024 10h05, última modificação 12/12/2024 10h15
Projeto de lei encerrou sua tramitação nas comissões, após receber parecer favorável do colegiado de Meio Ambiente.
Validade indeterminada de laudo de doença celíaca liberada para plenário

Ao todo, quatro projetos foram avaliados e liberados pela Comissão de Saúde para votação em plenário. (Foto:Jean Lucredi /CMC)

A proposta de lei que propõe validade por tempo indeterminado de laudos médicos que atestem a doença celíaca foi liberada para votação em plenário. Nesta quarta-feira (11), a Comissão de Saúde e Bem-Estar Social da Câmara de Curitiba elaborou um parecer favorável, encerrando a tramitação da matéria pelos colegiados permanentes. Outras três iniciativas também foram aprovadas e já podem ser incluídas na ordem do dia.

De autoria de Bruno Pessuti (Pode), o projeto estabelece que o laudo médico poderá ser emitido a partir do serviço de saúde público ou privado, observados os requisitos legais para a sua confecção. Fica também autorizada a apresentação do documento às autoridades competentes por meio de cópia simples, conforme o previsto na lei federal 13.726/2018, a qual dispensa o reconhecimento de firma em documentos apresentados a órgãos do poder público.

Por se tratar de uma condição autoimune irreversível, o objetivo é que o documento possa ser utilizado sem a necessidade de renovação. Segundo a justificativa da matéria (005.00139.2024), os celíacos enfrentam dificuldades para a emissão recorrente do documento médico, especialmente aqueles em condição socioeconômica desfavorável, e também por se tratar de “doença crônica, permanente e irreversível”. Salienta-se ainda a importância de que o documento seja aceito em serviços de saúde, educação e assistência social, sejam eles públicos ou privados.

Na Comissão de Saúde, o voto favorável foi dado por Oscalino do Povo (PP). No parecer, o vereador observou que a regulamentação se alinha aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e à legislação vigente, ao simplificar o acesso aos serviços públicos. “A medida elimina barreiras burocráticas enfrentadas por pessoas com doença celíaca, uma condição crônica, irreversível e autoimune, promovendo maior equidade no acesso a direitos e serviços essenciais”, acrescentou. A iniciativa está pronta para dois turnos de votação em plenário. 

Política de Cuidados Paliativos também pode ser incluída na ordem do dia

Depois de consultar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sobre a proposta, em setembro, esta semana o colegiado decidiu acatar a tramitação da implantação da Política Municipal de Cuidados Paliativos. De Maria Leticia (PV), a matéria foi protocolada com o objetivo de garantir o direito das pessoas quanto à tomada de decisão em um processo de doença terminal. A política pública foi elaborada em consonância com as diretrizes para a organização dos cuidados paliativos, atendendo princípios e instruções que norteiam as ações e os serviços públicos de saúde que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Com 15 artigos, a proposta é voltada aos portadores de doenças crônicas sem possibilidade de cura e que são progressivas e àqueles que já estão em fase terminal (005.00054.2023, com substitutivo geral 031.00083.2023). Em resumo, a iniciativa pretende salvaguardar, em lei municipal, que o paciente poderá deixar expressas suas escolhas sobre consentimento ou recusa em relação a testes diagnósticos, a terapias, a procedimentos, a medicamentos, a tratamentos e a outras condutas terapêuticas

Oscalino do Povo também relatou este projeto e, no parecer favorável, argumentou que a proposta é de grande importância para a saúde pública de Curitiba, propondo uma política específica de cuidados paliativos que se alinha aos princípios do SUS e aos fundamentos constitucionais, como respeito à dignidade humana e acesso universal à saúde. “A iniciativa atende à crescente demanda por assistência humanizada a pacientes com doenças crônicas ou terminais e suas famílias”, diz o relatório.

Completam a lista de iniciativas liberadas para a ordem do dia duas Declarações de Utilidade Pública Municipal: à Associação Nacional das Esposas e Familiares dos Policiais Militares e Bombeiros do Brasil (014.00040.2024), de Angelo Vanhoni (PT); e ao Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná - Comep (014.00070.2024), proposta por Tico Kuzma (PSD) e mais 16 vereadores.

O que faz a Comissão de Saúde?

Compete ao colegiado de Saúde e Bem-Estar Social exarar parecer sobre matéria atinente à saúde e assistência social em geral, à higiene e profilaxia sanitária, à assistência sanitária, à alimentação, à nutrição. Na Câmara de Curitiba, as reuniões acontecem a cada 15 dias, às quartas, após a sessão plenária. As agendas são transmitidas pelo YouTube do Legislativo. O colegiado é formado por cinco membros: João das 5 Irmãos (MDB), presidente, e Noemia Rocha (MDB), como vice; Alexandre Leprevost (União), Oscalino do Povo e Pastor Marciano Alves (Republicanos).