Ser a primeira escola de samba ecológica do mundo. Esse é o objetivo da escola Enamorados do Samba, criada pelo carnavalesco Felipe Guerra. “A Enamorados do Samba nasceu da busca da criação de um carnaval com a identidade de Curitiba”, disse o representante da agremiação, durante sua participação na Tribuna Livre da Câmara de Curitiba desta quarta-feira (6), a convite de Mauro Bobato (Pode).

De acordo com o convidado, a Enamorados do Samba escolheu trabalhar com material reciclado. “Reciclar, reduzir, reutilizar, são as palavras de ordem que direcionam o trabalho, cujo resultado será facilmente identificado pelo público”. A ação será promovida em parceria com o setor industrial, faculdades de moda, artistas e pessoas interessadas, com o intuito de identificar os materiais e descobrir qual influência artística poderá ser extraída deles. Além disso, a escola ministrará cursos e oficinas de transformação de lixo e descarte em arte. Cursos que serão oferecidos para catadores de material reciclado, inicialmente, e estendidos ao público em geral, posteriormente.

Os desfiles de escolas de samba acontecem em Curitiba há 50 anos e para Felipe Guerra “reinventar esse Carnaval é garantir que essa história se perpetue”. A escola criou também um selo para presentear as empresas colaboradoras: o selo “Empresa Amiga da Natureza”. “Usaremos o dinheiro da Fundação Cultural em projetos e não para comprar material”, garantiu o carnavalesco, que também adiantou o tema da escola no próximo desfile: “Por um mundo melhor”.

Guerra lembrou que em 16 de dezembro será a inauguração do Centro Cultural e Ecológico no Jardim das Américas. “Há 20 anos, o nome "Enamorados do Samba" era de um bloco, mas a gente resolveu resgatar esse nome no projeto do Felipe”, disse Marlene Monte Carmelo, carnavalesca há 50 anos. “Muita gente diz, principalmente na imprensa, que Curitiba não tem Carnaval, o que está longe de ser verdade. Nós não ganhamos nada com o Carnaval, é tudo por amor”, completou Amauri Fernando dos Santos Ferreira, o “Mestre Amauri”, que participou da fundação da primeira escola de samba de Curitiba, a Mocidade Azul.

De acordo com Julieta Reis (DEM), quando um talento como o de Felipe Guerra se une à experiência de Marlene Monte Carmelo, o resultado só pode ser positivo. Para Fabiane Rosa (PSDC), nada melhor do que saber que não se está usando o sofrimento dos animais para a confecção de roupas e adereços. Também participaram do debate os vereadores Colpani (PSB) e Professor Euler (PSD).