“Das dez maiores cidades do Paraná, que concentram 42% da população do estado, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu já tem mototáxi. Em Curitiba, [a autorização para este serviço] está atrasada. Nossa cidade carece de mobilidade urbana e o mototáxi empregaria centenas de motociclistas”, afirmou Edevaldo Silva, proprietário da Curitiba Motoexpress. Ele ocupou a Tribuna Livre nesta quarta-feira (25), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a convite do vereador Zezinho Sabará (PDT).

O parlamentar é o autor do projeto de lei que tramita na CMC para autorizar e estabelecer regras ao mototáxi, em modelo semelhante ao dos táxis, com preço definido pela Urbs. A proposta está sob análise da Procuradoria Jurídica, que indicará quais comissões temáticas avaliarão a proposta antes dela ir a plenário (005.00163.2019). O vereador defende que a nova opção de mobilidade reduziria os congestionamentos, pois diminuiria o número de veículos em circulação (saiba mais). Edevaldo explicou que redigiu a proposta e a sugeriu ao parlamentar, “que teve a coragem de apresentá-la”.

Dirigindo-se aos vereadores, Edevaldo Silva disse que se houver apoio à ideia, os parlamentares “vão ficar para a história de Curitiba”. “[O mototáxi] vai aumentar a produtividade das empresas, pela economia do tempo. Eu geralmente uso aplicativo de veículo e em vez de ficar no carro, gostaria de chegar antes usando mototáxi”, afirmou, colocando que, na sua opinião, “o Poder Público não deveria intervir na vontade das pessoas”. “Os moradores de Curitiba tem direito de escolher a forma como querem se deslocar”, concordou Zezinho Sabará.

“[A sugestão] vai ser motivo de muito debate”, comentou Tito Zeglin (PDT), que presidia a sessão durante a Tribuna Livre. Tico Kuzma (Pros), no mesmo sentido, concordou que é preciso coragem para propor o mototáxi, “pois outras categorias se colocarão de forma contrária”. “Eu vejo com cautela a discussão do tema, em função da questão dos acidentes de trânsito e das demais opções que já existem na cidade. Vocês devem conversar com a Urbs”, sugeriu Kuzma.

Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba (Sintramotos), Cacá Pereira (DC) defendeu que “o interesse comercial não pode se sobrepor à vida do trabalhador”. “Sou simpático à ideia, mas tem que haver muito critério. Na categoria dos motociclistas, estamos tendo muitos problemas com os aplicativos, na forma como eles estão contratando”. O parlamentar sugeriu uma audiência pública, “em que todos os lados envolvidos sejam ouvidos”.

Tribuna Livre
O requerimento de solicitação de uso do espaço da Tribuna Livre foi apresentado pelo vereador no dia 18 de setembro (076.00038.2019). Espaço democrático de debates, a Tribuna Livre é prevista no Regimento Interno da CMC e ocorre às quartas-feiras, durante a sessão plenária – que começa às 9h e termina às 12h. As discussões são propostas pelos vereadores, que apresentam um requerimento e indicam uma pessoa ou instituição para falar sobre o tema escolhido. A atividade está disponível no canal do Legislativo no YouTube.