Tribuna Livre: os desafios do Hospital Evangélico Mackenzie
Tiago Hessel Tormen, diretor-geral do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) esteve na Tribuna Livre a convite de Noemia Rocha e falou sobre os desafios da entidade. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Tiago Hessel Tormen, diretor-geral do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), esteve nesta quarta-feira (16), na Câmara Municipal, onde participou da Tribuna Livre, com o objetivo de discutir os desafios da instituição, seus projetos e perspectivas de atuação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Poder Público Municipal. A vereadora Noemia Rocha (MDB) foi a responsável pelo convite. Também estavam presentes: João Pedro Lupion, assessor jurídico do Hospital Evangélico Mackenzie, e Eduardo Martins, assessor de comunicação da entidade.
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A Tribuna Livre é um espaço dentro das sessões plenárias das quartas-feiras no qual especialistas nas mais diversas áreas, a convite dos vereadores, prestam esclarecimentos a respeito de assuntos do interesse da sociedade curitibana.
Vereadora sugere emenda coletiva para o Hospital Evangélico Mackenzie
De acordo com Noemia, o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, além de ser uma referência em saúde em Curitiba, é uma das principais entidades hospitalares que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ela frisou que o hospital tem trazido soluções e contribuído com trabalhos de relevância.”Mas há um déficit e é necessária a ajuda por meio de emendas, então quero propor uma ideia: que cada vereador destine R$ 130 mil, em uma emenda coletiva, daí conseguiremos viabilizar a quantia de R$5 milhões, que seria muito útil para reequipar o hospital”, sugeriu a vereadora.
Em 2023, o HUEM promoveu mais de 2 milhões de atendimentos
Tiago Hessel Tormen, diretor-geral do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), iniciou sua fala agradecendo pelas emendas parlamentares que destinaram recursos para o hospital, possibilitando inúmeras melhorias. Ele lembrou que o Mackenzie é a entidade médica que atualmente mais presta atendimentos junto ao SUS no estado do Paraná. “Durante 2023, foram 95.899 atendimentos de urgência e emergência, 27,728 cirurgias gerais, 2859 partos e cesáreas, 369.820 consultas ambulatoriais, 29.994 internamentos e 1.652.727 exames laboratoriais e de imagem, totalizando 2.179.027 atendimentos e procedimentos”, listou Tiago.
O diretor-geral do Hospital Evangélico Mackenzie destacou que o complexo da entidade médica compreende 27 mil m² de área construída, 493 leitos hospitalares (89% SUS e 11% privados), 104 consultórios, 2146 colaboradores, 21 salas cirúrgicas, 862 médicos e 113 leitos de UTI. "São 9 pavimentos no prédio central, um prédio exclusivo para a pediatria, anexo exclusivo de pronto-socorro, 6 unidades ambulatoriais, o Centro de Oncologia Mackenzie, a Pediatria Integrativa Ambulatorial, o Ambulatório de Oftalmologia, o Centro Médico Mackenzie, o Serviço de Imagem e Apoio a Diagnóstico e os bancos de Multitecidos e de leite humano".
Atendimento a 45 especialidade para pacientes do SUS e de convênios
Entre as mais de 45 especialidades de atendimentos, o hospital se tornou referência, por exemplo, no Setor de Queimados, na Oncologia, na traumatologia e nos bancos de leite e de multitecidos. “O hospital mantém 29 programas e 343 residentes e especializandos para o SUS, o que confirma o vínculo da instituição com o ensino”. Ainda de acordo com Tiago Hessel Tormen, entre 2019 e 2023, o hospital dobrou o número de atendimentos, mantendo sempre a porcentagem de 92% pacientes oriundos do SUS e 8% de convênios. “Além disso, nos esforçamos por prestar um serviço de saúde humanizado”, mencionou o diretor-geral do Hospital Evangélico.
Apesar de todos esses aspectos positivos, o hospital enfrenta um déficit anual na operação. “Em 2019, tínhamos um saldo negativo anual de R$ 20 milhões. O número baixou, em 2020, para R$ 10 mi, mas, no ano seguinte, saltou para R$40 milhões e, em 2023, atingiu o déficit de R$ 48 milhões.[...] Eu gostaria de lembrar que, em 2023, o hospital recebeu um aporte de quase R$ 12 milhões do Governo Federal e mais R$8 milhões do Estadual em respostas ao atendimento da covid, mas, ainda assim, precisamos da ajuda dos senhores”, disse Tiago, dirigindo-se aos vereadores.
Expansão do hospital e necessidade de novos leitos em debate
Durante a Tribuna Livre, Mauro Bobato (PP) elogiou o trabalho desenvolvido pelo Hospital Universitário Evangélico Mackenzie e parabenizou os funcionários pelo compromisso com a instituição. Leonidas Dias (Pode) destacou a liderança de Tiago Hessel Tormen à frente do hospital, ressaltando a complexidade da gestão que envolve a responsabilidade por milhares de vidas. Em resposta à pergunta de Leonidas sobre quais setores do hospital têm maior demanda, Tiago explicou que o HUEM enfrenta uma alta demanda em várias áreas, com destaque para “o setor de queimados e a oncologia (tanto clínica quanto cirúrgica)”.
Tiago detalhou ainda outras áreas importantes, como “a pediatria, que está nos planos para receber um prédio exclusivo com 200 leitos; a Urgência e Emergência, que atende casos de traumas, como os resultantes de acidentes de trânsito; o atendimento a gestantes, que recebe cerca de 80 pacientes diariamente; e a área de transplantes, que realiza transplantes hepático-renais e de córnea, além de estar em fase de implantação do transplante de medula óssea”. Quando questionado pelo vereador Pier Petruzziello (PP) sobre a possibilidade de ampliação dos atendimentos, Tiago informou que o hospital planeja um novo prédio anexo, com mais de 200 leitos e a infraestrutura necessária para atender a essa demanda. “Temos a expertise, mas faltam recursos que calculamos em R$ 50 milhões”, afirmou.
Preocupações com os prazos e desafios das emendas parlamentares
O vereador Oscalino do Povo (PP) sugeriu que o hospital desenvolvesse uma parceria com a Setran para ações de prevenção, visando a redução dos acidentes que sobrecarregam o atendimento. Em resposta a Rodrigo Reis (PL), Tiago destacou que a gestão da saúde em Curitiba é eficiente em comparação a outras cidades.
Tiago também respondeu à vereadora Noemia Rocha sobre os desafios financeiros enfrentados pelo hospital: “Precisaríamos de R$ 2 milhões mensais para garantir o pagamento de toda a estrutura. [...] Há uma preocupação quanto à publicação dos editais das emendas, pois a demora pode gerar problemas em relação ao prazo para abertura das licitações”. Indiara Barbosa (Novo) perguntou sobre os serviços pré-natais, ao que Tiago respondeu: “Intensificamos o número de médicos, dobramos o número de horas da ultrassonografia para gestantes e promovemos uma reforma no 7º andar, para melhor atendê-las”.
Impacto da pandemia e a necessidade de ampliação dos serviços
Tico Kuzma (PSD) destacou o papel fundamental do Hospital Evangélico durante a pandemia de covid-19, enquanto Ezequias Barros (PRD) mencionou a grande demanda por atendimentos especializados na instituição. Em resposta, Tiago esclareceu que o HUEM conta com “6 ambulatórios, que conseguem promover mais de 300 mil atendimentos ambulatoriais por ano. Todos estão operando no máximo. Queremos começar o aumento e a centralização do ambulatório, para aumentar os atendimentos, mas isso gera uma fila de cirurgias posteriores. No caso da pandemia, houve uma diminuição necessária dos atendimentos eletivos, mas em situações normais, os atendimentos eletivos devem manter sua regularidade, pois atendem pacientes com câncer, pacientes que aguardam por próteses, entre outros”.
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