Doença celíaca não é “mimimi“! Foi esse o tom do programa Tribuna Livre do CMC Podcasts com o vereador Bruno Pessuti (Pode). O parlamentar tem, como uma de suas bandeiras, a proteção às pessoas celíacas, doença autoimune gerada por causa da ingestão do glúten. Proteína presente em alimentos como trigo, cevada e centeio, o glúten causa um processo inflamatório nos celíacos. Por não conseguirem digerir essa proteína, essas pessoas apresentam sintomas que podem ser graves, como lesões na pele, falta de ar, dificuldade de crescimento, osteoporose, sendo causa, até mesmo, de tumores.

Não há uma cura para a doença celíaca. O melhor tratamento é evitar o consumo de alimentos com glúten. “Se o celíaco não tem contato com glúten, ele tem uma vida normal”, disse o vereador. Por isso, segundo ele, é preciso criar condições e políticas públicas para conscientizar a população e oferecer oportunidades para as pessoas celíacas. Para Pessuti, Curitiba deve fortalecer a imagem de uma cidade reconhecida como a “capital do celíaco”, onde tanto o morador pode viver com saúde quanto o visitante pode viajar com tranquilidade.

Por isso, o vereador defende políticas como a isenção tributária para alimentos sem glúten, o incentivo ao trabalho de certificação feita pela Associação dos Celíacos do Paraná (Acelpar) e a Rota Gastronômica da Comida Sem Glúten na capital paranaense. “Curitiba é referência para levar essas ideias para a frente em todo o estado”, defendeu o parlamentar. 

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Para aprimorar a conversa na bancada do CMC Podcasts, Bruno Pessuti trouxe duas convidadas celíacas: a advogada Giseli Vilela da Silveira, que representou a Acelpar, e a estudante Daniella de Almeida Amorim, influencer que criou o perfil @umrolesemgluten no Instagram. Elas falaram dos riscos da ingestão de glúten, ressaltaram a importância de contar com políticas públicas de apoio a pessoas com a condição celíaca e explicaram a chamada contaminação cruzada.

Giseli explicou que a Acelpar desenvolve um trabalho fundamental: certificar locais como restaurantes e bares como livres de glúten. Isso faz, segundo ela, com que Curitiba ofereça bons lugares certificados para celíacos. Para o vereador Pessuti, a associação precisa de mais apoio, pois trabalha de forma voluntária para fazer uma certificação de muito rigor técnico. Cerca de 1% da população tem a doença celíaca, mas Pessuti frisou que todos sofrem alguma intolerância no consumo de glúten. “Precisamos ter a consciência de que é bom frequentar um estabelecimento que tenha comida sem glúten, porque o sabor é maravilhoso”, disse.

Daniella faz esse papel de divulgar estabelecimentos que oferecem alimentação sem glúten. Diagnosticada aos 9 anos, ela contou que, por vergonha de precisar da “amiga marmita” no colégio, tentou ser “uma adolescente rebelde” e passou a ingerir alimentos com glúten. “Meus exames ficaram todos alterados e eu quase fui a óbito”, disse. “Receber o diagnóstico é pesado, mas não é o fim do mundo. E não é “mimimi”! Um pouquinho faz mal sim!”, disse a jovem, ressaltando a importância da conscientização. 

Um dos desafios para certificar um estabelecimento não é apenas a não utilização de alimentos com glúten no preparo, mas evitar a contaminação cruzada, pois um utensílio usado com alimento com glúten (pratos, talheres e panelas, por exemplo) não pode ser utilizado pelos celíacos. Pessuti ressaltou a proposta legislativa que tramita na CMC para os celíacos poderem receber refeições adequadas na dieta hospitalar – ele se tornou coautor do projeto, junto com os vereadores Pier Petruzziello (PP) e Herivelto Oliveira (Cidadania).

Tribuna Livre do CMC Podcasts

A proposição de políticas públicas para a questão celíaca foi o temas deste Tribuna Livre do CMC Podcasts, que é um espaço para vereadoras e vereadores de Curitiba trazerem até dois convidados para debates de assuntos relevantes. O CMC Podcasts conta também com outros programas produzidos pela Diretoria de Comunicação Social da Câmara de Curitiba, com episódios temáticos elaborados de acordo com as comissões permanentes da casa. Há também o Curitibou?, programa de entretenimento para falar de curiosidades e de curitibanices. Os episódios podem ser acompanhados no YouTube ou no Spotify.

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati.                                    Supervisão do estágio: Alex Gruba.