Nesta quarta-feira (28), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) recebeu durante a Tribuna Livre o cirurgião dentista Laurindo Moacir Sassi, chefe do Serviço de de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner. Chicarelli (DC), autor do convite, lembrou que Sassi tem 30 anos de experiência na área com enfoque no câncer bucal. O vereador lembrou que também há 30 anos Laurindo promove campanhas de conscientização quanto ao câncer bucal, eventos realizados nas praças Santos Andrade ou Rui Barbosa, onde centenas de estudantes se mobilizam para oportunizar o diagnóstico precoce junto à população. Nesta quarta, também foi entregue o título de cidadão honorário de Curitiba à Sassi, que foi estabelecido pela lei municipal 14.969/2016.

“Nós acompanhamos nesses 30 anos o que a prefeitura tem investido em nosso hospital [Erasto Gaertner] e nós tentamos devolver para a sociedade o que recebemos”, disse o dentista, que apresentou o selo de 30 anos de campanha de prevenção ao câncer bucal. Laurindo já visitou voluntariamente mais de 200 municípios levando informações sobre o tema. O profissional lembrou que o hospital Erasto Gaertner está construindo o “Erastinho”, unidade de 4.800 m² voltada exclusivamente para o tratamento de crianças e adolescentes com câncer. Será o primeiro hospital oncopediátrico do Paraná e Santa Catarina. Ele também mencionou as unidades avançadas do hospital Erasto Gaertner, uma em Irati e outra em Paranaguá.

Laurindo apresentou alguns números relativos ao desempenho do hospital Erasto Gaertner, em 2017.  Foram 45.355 pacientes atendidos e 1.772.068 procedimentos realizados. Ele explicou que se trata de um hospital de portas abertas. “Desempenha uma função social muito importante”, frisou o dentista. Laurindo mostrou que o câncer bucal no Brasil atingiu 11.200 homens [sendo 910 no Paraná] e 3.500 mulheres [sendo 220 no Estado]. Ele lembrou que o primeiro Centro de Diagnóstico de Lesões Bucais do Brasil foi criado em Curitiba, em 2000, pelo hospital Erasto Gaertner. Em 2004 surge o Centro de Especialidade odontológica do Brasil (CEO). “Com certeza foi inspirado no trabalho feito aqui em Curitiba”, afirmou Laurindo.

De acordo com o médico, o exame busca encontrar áreas avermelhadas, brancas, úlceras, vegetações e próteses mal adaptadas associadas a lesões, além de marcas de fumo e álcool. Ao longo dos 30 anos de campanha, foram examinados 28.089 pacientes com mais de 30 anos, em 176 municípios. Para o médico, as mulheres aceitam melhor o tratamento do que os homens. De um total de 5.173 casos entre 2014 e 2017, 88,4% nunca fizeram exame preventivo, 8% fizeram e 3,6% não sabiam. Ele apontou que neste período, aumentou o consumo de álcool e de cigarro. No entendimento do médico, a conscientização sobre esses malefícios deve começar já no período escolar.