Tribuna Livre comemora os 30 anos da Casa Latino-Americana

por Assessoria Comunicação publicado 03/09/2014 13h50, última modificação 27/09/2021 09h04

Por completar 30 anos de existência em 2014, o horário da Tribuna Livre desta quarta-feira (3) foi ocupado por representantes da Casa Latino-Americana (Casla). A entidade foi fundada em junho de 1985 e, segundo seus representantes, passou por duas fases desde a criação: primeiro funcionou como apoio à redemocratização do Brasil e na América Latina, e depois se dedicou à ações educacionais e apoio a imigrantes.

Miguel Baez, natural do Paraguai e integrante da Casla, contou que ao chegar ao Brasil, na década de 1970 enfrentou dificuldades de adaptação, a começar pela barreira imposta pelo idioma. “Aproximei-me da Casla nos anos 1980 porque percebi a importância do trabalho voluntário desenvolvido pela instituição em prol de estrangeiros que pretendem se estabelecer no Brasil”, assegurou

No entendimento de Baez,  a história se repete com milhares de refugiados que não têm espaço nem referência para se inserir de forma digna em um novo país. “Se Curitiba exaltou sua variedade étnica com a inauguração de praças como a da Espanha, da Ucrânia e do Japão, por que não uma espaço público em homenagem ao imigrante latino-americano? Eles só são lembrados quando a mídia enfoca algum caso de trabalho escravo envolvendo essas pessoas”, reclamou Baez.

A médica uruguaia Gladys Renée de Souza Sanches, presidente da Casla, destacou que a entidade mantém um programa de atendimento jurídico para refugiados: o Casajur. “São vinte advogados voluntários que prestam atendimento a esses imigrantes que cada vez mais buscam refúgio em nossa cidade”, explicou Gladys, que também cobrou o fato de que, desde 1999, está em vigor a lei municipal 9.644, que cria o Parque das Cidades Latino-Americanas, “mas que nunca chegou a ser implantado”.
 
”Apesar das dificuldades para a manutenção da instituição, a Casla cresceu muito nos últimos anos”, disse Gladys. “Nossa bandeira é a dos direitos humanos e nossos métodos são suprapartidários”, lembrou a médica, que também apontou a importância do ex-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Riad Salamuni, para o estabelecimento e a consolidação das atividades da Casla.

Manifestações de apoio

Os representantes da Casla foram recebidos em plenário pela vereadora Professora Josete (PT), que ocupou a tribuna para lembrar que quando a entidade foi criada o Brasil ainda vivia o fim do regime militar. “Essa circunstância engrandece ainda mais o surgimento da entidade”, defendeu a vereadora. O vereador Paulo Salamuni (PV), presidente da Casa, reforçou a importância histórica da entidade, referindo-se às pessoas que, fugindo de situações políticas e catástrofes naturais, têm procurado o Brasil para viver.

Também se manifestaram os vereadores Jorge Bernardi (PDT) e Aldemir Manfron (PP). Bernardi propôs a criação de uma comissão tripartite constituída por membros do Executivo Municipal, da Câmara e da Casla para viabilizar o parque dedicado à imigração latino-americana. Para o vereador, a Fundação de Ação Social (FAS) poderia implementar políticas públicas e ações de inclusão social voltadas para os imigrantes africanos e latino-americanos.

Os representantes da Casla foram agraciados com um diploma em comemoração aos 30 anos da instituição. Além dos já citados, estiveram presentes à Tribuna Livre Isacir Mognon, Luis Macedo, Dimas Floriani, e a advogada Nádia Floriani, presidente da Comissão de Imigrantes Refugiados da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Paraná (OAB-PR).