Tribuna livre alerta a dano ambiental de garagens no subsolo

por Assessoria Comunicação publicado 06/05/2015 14h25, última modificação 30/09/2021 08h39

O construtor e engenheiro hídrico Roberto Luiz Valente pediu à Câmara Municipal de Curitiba a discussão do impacto ambiental das garagens no subsolo. Por proposição do vereador Jairo Marcelino (PSD), o convidado da tribuna livre desta quarta-feira (6) alertou que as construções subterrâneas atingem os lençóis freáticos.

“Poucos se importam, mas muitos serão afetados pelo problema”, afirmou Valente. “O Ippuc [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba] e a prefeitura dizem que não é bom porque as garagens ficariam à mostra, mas Barcelona [Espanha] e Monte Carlo [Mônaco] não têm estacionamentos no subsolo. Para isso existe a arquitetura e as soluções técnicas”, argumentou. Para ele, modificar a legislação municipal “atingiria muitos interesses”.

Valente alertou às inundações em garagens e a outras consequências das construções subterrâneas, como o impacto da escavação em imóveis vizinhos. “São uma chaga na cidade. Todos vão ganhar em não usarmos o subsolo para esconder carros, subsolo é lugar da água", sustentou.  

“As cidades insistem em privilegiar pátios asfaltados, como nos estacionamentos de supermercados. Os cidadãos, para não terem que conservar o jardim, os revestem com cerâmica. E as ruas devem ser pensadas para ter mais permeabilidade, e não só uma sarjeta”, completou o construtor.

Diversos vereadores registraram que a preservação dos recursos hídricos são tema dos debates do novo Plano Diretor de Curitiba. "Estamos discutindo as diretrizes para os próximos dez anos. A oficina do dia 15 [das 9h às 17h] vai abordar o meio ambiente e a sustentabilidade", convidou o presidente da Comissão de Urbanismo, Helio Wirbiski (PPS).

Jonny Stica (PT) ponderou que o debate sobre as construções no subsolo devem envolver, também, as entidades ligadas à arquitetura."De fato há impacto ambiental. Não que a estética tenha que prevalecer sobre meio ambiente, mas é uma questão importante", disse o vereador, membro da Comissão de Urbanismo.

Questionado por Tico Kuzma (Pros), Valente disse que há soluções para diminuir o impacto ambiental do metrô e citou como exemplo Cingapura, onde o sistema é subterrâneo e à beira-mar. Também participaram do debate o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Paulo Salamuni (PV), Bruno Pessuti e Carla Pimentel (ambos do PSC), Julieta Reis (DEM), Professora Josete (PT) e Tito Zeglin (PDT).