Tribuna Livre abre espaço para informações sobre o autismo

por Assessoria Comunicação publicado 06/04/2011 19h40, última modificação 09/08/2021 07h46
A convite do vereador Roberto Hinça (PDT), a diretora do Centro Conviver de Atendimento Clínico Educacional, Luciene de Oliveira Vianna, falou aos vereadores sobre o autismo, disfunção classificada como síndrome comportamental, cuja palavra é de origem grega e significa “por si mesmo”. A explanação foi realizada durante horário destinado à Tribuna Livre, na tarde desta quarta-feira (6). “O Brasil vive uma situação caótica. Estimamos que atualmente há cerca de 2 milhões de casos, sendo que metade não foi diagnosticado. Apesar de o autismo não ter cura e nem ser comprovado através de exames clínicos, é importante que seja detectado nos primeiros anos de idade e acompanhado para que a criança, desde cedo, receba atenção especializada e atinja melhoras significativas”, informou Luciene, reiterando que o diagnóstico precoce é imprescindível para o desenvolvimento e qualidade de vida do portador. “Se não for tratado, o autismo se agrava podendo desenvolver problemas intelectuais”, alertou.
Roberto Hinça saudou a convidada e informou que a instituição atende mais de 80 pessoas, de diversas faixas etárias, é especializada no atendimento de autistas e, assim como ele, defende que a disfunção deve ser conhecida por todos, para melhorar a condição de vida dos que sofrem com a síndrome. “Apesar de ter convivido por mais de 35 anos com pessoas especiais e saber da necessidade de um atendimento especializado, conhecer o Centro Conviver, dirigido por Luciene, foi um aprendizado surpreendente que me incentivou a convidá-la para estender aos demais vereadores os conhecimentos que lá adquiri”, afirmou
De acordo com Luciene Vianna, a palavra autismo é utilizada para denominar comportamentos centralizados no indivíduo ou voltados às suas próprias necessidades. Diferentemente do que todos pensam, o autismo não é uma deficiência mental e sim uma desordem de comportamento, que pode ser atenuada ou, se não for tratada adequadamente, se agravar. “É possível reduzir os comportamentos anormais, trazendo estas pessoas para condições de vida melhores, se acompanhadas e tratadas por profissionais especializados”. A diretora disse ainda que o autismo possui níveis de severidade, sendo que cada caso é único e com potenciais de aprendizado diferenciados. “Existe uma forma específica de trabalhar com cada portador.”
Na opinião dela, há um descaso por parte da Secretaria Municipal de Saúde. “Não existe uma visão especializada por parte da pasta para o problema”, disse, alegando que faltam dados estatísticos sobre o autismo. Disse também que a Secretaria Municipal de Educação entrou em contato recentemente, para a criação de um projeto de instrução especializada.
Passo a passo
Luciene Vianna explicou que o primeiro passo é o diagnóstico. Depois vem a aceitação dos familiares e, em seguida, a busca pelo conhecimento. “É comprovado que as crianças com melhores resultados são aquelas em que a família se engaja na causa e oferece apoio juntamente com o atendimento especializado”, disse, lembrando que o ensino fundamental nem sempre é o ideal. “A inclusão dos autistas é possível, assim como a inclusão no mercado de trabalho, que já acontece com êxito”, ressaltou.
Regressão
Ela alertou que em alguns casos as crianças podem começar a demonstrar indícios do autismo somente após os dois anos e meio. De acordo com a especialista, isso ainda não é explicado cientificamente.