Tribuna Livre aborda homofobia

por Assessoria Comunicação publicado 11/05/2011 17h55, última modificação 09/08/2021 14h21
A professora Araci Asinelli da Luz, da Universidade Federal do Paraná (UFPR),  e o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, participaram da Tribuna Livre desta quarta-feira (11), na Câmara de Curitiba. Por iniciativa da vereadora Professora Josete (PT), os convidados falaram sobre o Dia Municipal contra a Homofobia, comemorado anualmente em 17 de maio. “Além de reiterar que a homossexualidade não é doença, esta data resgata o debate, que deve ser aprofundado de maneira que a cultura da violência ceda lugar à cultura de paz”, avaliou Araci Asinelli.
Professora Josete fez a saudação, destacando que a instituição do Dia Municipal contra a Homofobia, por meio de lei da vereadora Julieta Reis (DEM), em 2007, foi um passo tão importante quanto a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando a união entre casais homossexuais. “Vivemos um momento histórico de consolidação da democracia. As medidas são fundamentais para garantir o respeito de igualdade a todos”, avaliou a vereadora.
Símbolo paranaense da luta pelos direitos dos homossexuais, o presidente da ABGLT, Toni Reis, sintetizou o papel da associação, criada em 1995, e contou sobre a trajetória do grupo. “Nossa missão é promover a cidadania e defender os direitos destas pessoas, contribuir para uma democracia sem discriminação e defender a liberdade de orientação sexual e identidade de gênero”, esclareceu. Com relação à decisão do STF, enfatizou que “o que venceu foi a igualdade, a dignidade humana e a liberdade. Nós ganhamos e ninguém perdeu.”
Toni Reis acabou de oficializar uma união homoafetiva com seu companheiro, David Harrard. Eles estão juntos há 21 anos e a decisão do STF, na semana passada, possibilitou a oficialização da união estável. A partir de agora, companheiros em relação homoafetiva duradoura e pública terão os mesmos direitos e deveres das famílias formadas por casais heterossexuais.
Na opinião da professora Araci, é preciso avançar ainda mais. Porém, sem negar o momento histórico em que vivemos. “Como mãe e educadora, vivencio de perto esta realidade de desconhecimento do tema, preconceito e discriminação pautados em argumentos frágeis, equivocados e não científicos”, disse, acrescentando que “a luta contra a homofobia é de todos nós, muito mais da sociedade dita heteronormativa porque não é uma questão específica de militância e sim de respeito humanitário. Lembro que todos os heterossexuais, bissexuais, nascem de relações heterossexuais. Portanto, esta é a sociedade responsável pela proteção e segurança de seus filhos”, concluiu.