Trabalhadores pedem apoio pela não privatização dos Correios

por Assessoria Comunicação publicado 19/04/2017 13h40, última modificação 15/10/2021 11h52

A Câmara Municipal sediou, nesta terça-feira (18), uma audiência pública para tratar da possibilidade da privatização dos Correios. Houve o encaminhamento pela elaboração de uma moção de apoio a partir da própria audiência e outra a ser aprovada pela Câmara de Vereadores. A iniciativa do evento foi da vereadora Professora Josete (PT), por reivindicação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) e do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom).

Entre os itens críticos apontados pelos participantes do encontro estão o fechamento de agências por todo o Brasil e o reflexo da medida sobre o atendimento à população, o plano de privatização dos Correios, a demissão motivada de trabalhadores, a retirada de benefícios e a precarização do plano de saúde dos servidores da empresa. “É importante que a população conheça e saiba de que maneira esse tema afeta suas vidas”, comentou Professora Josete. “É muito boa a presença das pessoas, visto que pessoas são multiplicadoras, e isso fortalecerá o movimento que busca barrar o processo de privatização”, considerou.

Para a Márcia Portes, diretora da Fentect, uma empresa como os Correios, com mais de 300 anos de existência, não pode ser “desmontada” aos poucos. “Começaram com o fechamento de agências. Já foram cinco em Curitiba e ainda devem ter mais oito, além de outras pelo Paraná. Precisamos pensar nos impactos que isso trará para a sociedade”, afirmou. Segundo dados apresentados, deverão ser 250 unidades fechadas no Brasil.

A maneira como o dinheiro da empresa é gerido foi considerada como uma causas da crise dos Correios, segundo o secretário geral do Sintcom, Marcos Rogério Inocêncio. “O presidente dos Correios, Guilherme Campos, diz que o problema da empresa são os trabalhadores, mas ele não conta que quando ele assumiu o cargo aumentou o salário dele para R$ 46 mil”, denunciou. Além disso, ele julgou excessivos os gastos da empresa com patrocínios, como R$ 300 milhões destinados às Olimpíadas e consultorias. “Os dados mostram que os Correios são uma empresa que dá lucro, que cede dinheiro para a União, que não precisa de ajuda do governo”, pontuou.

“É história da "carochinha" que não querem privatizar os Correios. Em 2011, o mercado foi aberto internacionalmente. Começaram os ataques ao nosso plano de saúde. O sindicato alertou e hoje está todo mundo sofrendo”, advertiu Ezequiel Dutra, secretário de imprensa do Sintcom. “Nossa luta não é somente contra a empresa, mas também contra as autoridades. É uma vergonha, era papel de todos os vereadores estarem aqui, é um descaso da parte dos vereadores”, lamentando a ausência de outros parlamentares na audiência pública.

“Sabemos que muitas pessoas têm adoecido ou se aposentado, mas esse quadro não é reposto. Muitas vezes o carteiro faz o papel de psicólogo das pessoas, ouvindo seus problemas. O poder público não vê o trabalho feito para a comunidade. Quando a empresa muda a sua logomarca, pensa apenas no marketing, naquilo que está por fora, mas não no que está por dentro”, considerou João Santana, da Associação de Moradores Vila Maria e Vila Real São Braz, sobre o papel dos funcionários dos Correios nas comunidades.