Tomógrafo "doado" pela Câmara ajudou 80 mil pessoas no Cajuru
Nesta quarta-feira (14), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) recebeu, na Tribuna Livre, a visita de Álvaro Luis Lopes Quintas, diretor-geral da área de Saúde do Hospital Universitário Cajuru. O convite foi do vereador Paulo Rink (PR). Ao fazer um balanço geral das atividades desenvolvidas pelo hospital, seus gastos e planos a curto e longo prazo, o convidado destacou que o tomógrafo adquirido com recursos alocados pelos vereadores em 2015, via emendas ao orçamento do Município, já atendeu mais de 80 mil pacientes em atendimentos de urgência e emergência.O atendimento do Cajuru é feito 365 dias por ano, 24 horas por dia, em 21 especialidades médicas. Conforme Quintas, o hospital está dividido em cinco grandes macro processos: centro cirúrgico, unidades internas, UTIs, apoio diagnóstico terapêutico e ambulatório. Com esta estrutura, são mais de 120 mil pessoas atendidas por ano – inclusive pelo sistema porta aberta, sendo retaguarda para Siate, Samu e transportes aeromédicos.O hospital também é uma referência em traumatologia e neurocirurgia, além de ser um importante centro de transplantes, entre outras práticas médicas. Além disso, 100% dos atendimentos são via SUS (Sistema Único de Saúde), sendo considerado o maior pronto-socorro de traumas no Paraná. São oferecidos 206 leitos, sendo 29 de UTI, 167 de internação e 10 leitos de cuidados progressivos. O Cajuru ainda conta com 1 ambulatório e 1 heliponto.
Ao apresentar os indicadores da instituição, Álvaro Quintas destacou os números relativos à infecção hospitalar, que no caso do Cajuru foi de 2,47% em 2018. Para ele, trata-se de um número mais positivo do que os apresentados por hospitais da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), como Sírio Libanês, Albert Einstein e Samaritano. O índice de mortalidade também é baixíssimo, 3,04%. Já a média de permanência dos pacientes em 2018 está em 4,39 dias – em outros hospitais, esse número pode chegar a uma semana. Outro procedimento com destaque são os transplantes: segundo o diretor-geral, o percentual de sobrevida do paciente submetido ao transplante de rim chega a 92%, índice próximo ao norte americano, que é de 95%.
Planejamento e gestão
O mantenedor da instituição é o Grupo Marista, que atua em diversas áreas em Curitiba. “A missão da área de saúde é atuar de forma humanizada e sustentável na prestação de serviços em saúde e educação, orientada por princípios éticos, cristãos e maristas, com excelência e segurança assistencial, promovendo e integrando o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão”, disse o diretor-geral. Ele ainda destacou que o modelo de governança corporativa aplicado preza pela prestação de contas e pela transparência, visando o melhor atendimento aos usuários. “Fazer mais, com menos e sempre melhor.”
O Hospital Cajuru tem um planejamento estratégico para os anos de 2018 a 2022, que se divide em três eixos: sustentabilidade econômica, excelência educacional e excelência assistencial. “Trata-se de um esforço de análise do ambiente externo procurando antecipar os desafios de sustentabilidade e transformações necessárias para a área de saúde”, observou o diretor. A ideia é adequar a estrutura do hospital e aumentar, em função das limitações de financiamento, somente dez leitos na Unidade de Terapia Intensiva. O plano diretor do hospital prevê 10 leitos UCO (unidade coronariana); implementação dos serviço de cardiologia; transplante de pâncreas e verticalização de nefrologia (rim).
Segundo Quintas, o subfinanciamento do SUS pela União está impactando de forma profunda as finanças dos hospitais públicos e filantrópicos que se dedicam ao atendimento dos pacientes de baixa renda que não têm acesso a planos de saúde. “Vale reforçar que o setor vem sofrendo com a defasagem na atualização da tabela SUS há anos, tornando a manutenção das operações destes hospitais cada vez mais difícil”, disse. O problema é que enquanto a inflação avançou 89% nos últimos sete anos, as receitas atingiram somente 7,64%.
O diretor-geral do Cajuru ainda informou que o hospital precisa de um sistema radiográfico digital (raio x digital). Entre outras qualidades, este equipamento expõe menos os pacientes e os radiologistas à radiação; os exames ficam prontos imediatamente; oferece melhor interpretação da imagem; e melhor custo-benefício. O equipamento que atende a instituição hoje já tem mais de 20 anos de uso e, conforme o convidado, está prestes a paralisar por falta de peças para reposição. Outra demanda da instituição é a aquisição de três macas cirúrgicas.
Também compareceram à Tribuna Livre, Caroline Tosi e Patricia Ramalho, ambas do setor de Projetos e Parcerias do Hospital Cajuru.
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