Testemunhas e vítimas de perseguição política serão ouvidas na Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 08/08/2013 11h00, última modificação 17/09/2021 09h36

Nos dias 7, 8 e 9 de outubro a Comissão Estadual da Verdade e a Câmara de Curitiba farão audiências públicas para reunir depoimentos sobre violações de direitos humanos praticadas por agentes públicos entre os anos de 1946 e 1988. Também serão homenageadas três pessoas que sofreram perseguição política: Maria Olympia Carneiro Mochel, a primeira vereadora eleita em Curitiba (em 1947), a jornalista Teresa Urban (1946-2013) e José Rodrigues Vieira Neto (1912-1973), advogado e secretário geral do Partido Comunista Brasileiro, Seção Paraná, que teve seus direitos políticos cassados durante a ditadura militar.

As datas foram definidas na última sexta-feira (2), quando o presidente do Legislativo, Paulo Salamuni (PV), recebeu a visita de membros da  Comissão Estadual da Verdade e militantes dos Direitos Humanos. Nesses dias, durante a tarde serão ouvidas testemunhas e vítimas destes períodos autoritários, e à noite serão prestadas as homenagens. “A Câmara de Curitiba está aberta para discussões dessa natureza. Regimes de exceção produzem limitações de direitos, desaparecimento de cidadãos, dor e perda. Convém, portanto, que empreendamos esforços no sentido de tornar públicos os fatos pertinentes a estes períodos da história do Brasil, até para que tais erros não se repitam”, afirmou o presidente da Câmara, vereador Paulo Salamuni (PV).

Para Luiz Edson Fachin, jurista, professor da Universidade Federal do Paraná e integrante da Comissão Estadual da Verdade, “a consolidação e conservação do Estado de Direito está na dependência direta do debate em torno dos equívocos do passado recente, e nos parece que a Câmara representa um significativo fórum para que a abordagem do assunto encontre mais ressonância junto à sociedade”.

“São temas de difícil abordagem. Falar em verdade, memória e justiça é ato que, em muitos casos, suscita desconfiança e temor naqueles que preferem a continuidade do obscurantismo”, destacou Fachin. Também estiveram presentes à reunião Antônio Gediel (procurador do Estado e professor da UFPR), Wilson Previdi (ex-bancário e integrante do Partido Comunista do Brasil), Pedro Bodê (coordenador do Grupo de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná), Ivete Caribé da Rocha (advogada e integrante do Comitê de Refugiados do Paraná). Além deles, Márcio Kieller (ativista de movimentos sociais) e Isacir Mognon (assessor de Ação Política e Social da Convenção das Igrejas Evangélicas do Brasil – CIEB e do grupo Gestor da Rede Evangélica de Combate às Drogas).