Teste do coraçãozinho pode ser obrigatório em Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 17/02/2012 15h10, última modificação 16/08/2021 10h26
Projeto apresentado na Câmara de Curitiba propõe tornar obrigatória a realização do exame de oximetria de pulso em todos os recém-nascidos nos berçários das maternidades da cidade. O teste do coraçãozinho, como ficou conhecido, serve para diagnosticar cardiopatias congênitas graves, que colocam em risco a vida da criança. “O exame é indolor e mede os níveis de oxigênio no sangue dos bebês, sendo realizado 24 horas após o nascimento e antes da alta hospitalar. Se for detectado um nível de oxigênio inferior a 95% são feitos exames complementares para confirmar o problema de saúde”, informa o vereador Felipe Braga Côrtes (PSDB), autor da proposta.
“A ideia foi sugerida pela Associação de Assistência à Criança Cardiopata (Pequenos Corações), que há tempo alerta para os riscos letais decorrentes da ausência de diagnóstico precoce”, afirma o parlamentar, que também submeteu a iniciativa para análise da Secretaria Municipal de Saúde. “A associação me procurou ao saber da minha proposta de obrigar as Unidades Básicas de Saúde, Centros de Especialidades Médicas e as Estratégias de Saúde da Família a terem o aparelho de oximetria de pulso arterial (OPA) para tratamento da população”, explica Braga Côrtes.
O vereador considera que, em pouco tempo, o teste do coraçãozinho estará tão disseminado quanto o teste do pezinho, utilizado para diagnosticar doenças relacionadas a distúrbios do metabolismo e infecções. “Hoje, o teste do coraçãozinho é um exame de rotina somente no âmbito das UTIs neonatais, não se aplicando aos berçários com os bebês aparentemente normais. Queremos mudar isso e melhorar o atendimento da rede de saúde”, diz o parlamentar.
O exame de oximetria em recém-nascidos foi estudado pela Universidade de Birmingham, no Reino Unido. O resultado foi publicado em revistas científicas especializadas, apontando para a importância da prática como política pública de saúde. Os cientistas acompanharam 20 mil bebês aparentemente saudáveis de seis maternidades diferentes. Todos foram rastreados e 195 apresentaram resultados anormais. Destes, 26 tinham importantes problemas cardíacos e 46 necessitavam de tratamento urgente.
Código de Saúde
Também tramita na Câmara de Curitiba iniciativa do vereador Juliano Borghetti (PP) sobre matéria semelhante. O parlamentar quer acrescentar no Código de Saúde de Curitiba a realização deste tipo de exame. A medida altera artigo da seção que trata da saúde da criança e do adolescente, onde já constam os testes de fenilcetonúria e de hipotireoidismo.