Terreiro Ilê Afauman receberá a Utilidade Pública de Curitiba

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 04/11/2024 11h35, última modificação 04/11/2024 11h39
Aprovado em 1º turno, o título de Utilidade Pública reconhece o trabalho de organizações sociais em Curitiba.
Terreiro Ilê Afauman receberá a Utilidade Pública de Curitiba

Autor da Utilidade Pública, Angelo Vanhoni recepcionou em plenário representantes do Terreiro Ilê Afauman. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Declaração de Utilidade Pública Municipal ao Terreiro Ilê Afauman avançou na Câmara Municipal de Curitiba, na sessão desta segunda-feira (4). Aprovado em primeiro turno com 20 votos “sim”, o projeto de lei retorna à pauta, na manhã desta terça (5), para nova deliberação pelo plenário.

O título de Utilidade Pública Municipal reconhece os trabalhos das organizações sociais, facilitando o acesso das entidades a parcerias com o poder público e à destinação de emendas. Autor do projeto de lei, Angelo Vanhoni (PT) frisou que, em mais de meio século de atuação na cidade de Curitiba, o Terreiro Ilê Afauman “não é só um espaço da religiosidade afro”.

Registrada formalmente como Tenda Espírita São Lazaro Ile Iche Iba Afauman, o terreiro foi fundado, em 1968, em Foz do Iguaçu (PR). “Foi transferido para Curitiba em 1972, no bairro Parolin, e em 1986 construiu a atual sede, no bairro Boqueirão”, explicou Vanhoni (014.00012.2024).

O Ilê Afauman é palco de diversas manifestações da cultura popular brasileira e da cultura tradicional dos povos de terreiro, proporcionando à comunidade oficinas, seminários, congressos, vivências”, enumerou o autor. “Desde a sua fundação, o terreiro do Afauman fomenta, por meio de parcerias, projetos socioculturais, a exemplo de blocos afro, escolas de samba, escolas de capoeira, eventos e atividades socioculturais.”

“O Ilê é reconhecido no âmbito social como um ponto de acolhimento e assistencialismo às diversas famílias que compõem a comunidade do ilê e do entorno onde está localizado”, complementou Vanhoni.  São realizadas, anualmente, campanhas para a distribuição de cestas básicas, agasalhos, material escolar e brinquedos.

“Eu acredito que nós precisamos, cada vez mais, valorizar as religiões de matriz africana, [...] infelizmente, ainda temos uma sociedade muito preconceituosa”, apoiou a Professora Josete (PT). Para Bruno Pessuti (Pode), é importante trazer projetos semelhantes à pauta para “a gente continuar a luta pela liberdade religiosa”.

Dirigente do terreiro desde 2009 e madrinha do bloco afro Maracatu Baque Mulher, a Mãe Vera de Oxum acompanhou a votação. Dirigentes e membros da entidade também assistiram ao debate da Declaração de Utilidade Pública Municipal, no plenário da Câmara de Curitiba.