Terceirização das UPAs em Curitiba debatida em plenário
“Eu desafio a vereadora Noemia Rocha a mostrar a pesquisa que traz dados negativos sobre a UPA CIC. Todos os índices que nós temos: pesquisas, palavra dos vereadores [que moram naquele bairro] e da população mostram rigorosamente o contrário. Pode ser que isso doa pra quem vive de um passado ideológico precário, mas a UPA CIC, única terceirizada em Curitiba, tem um bom desempenho”, disse Pier Petruzziello (PTB), líder do prefeito.
Ele respondeu questionamentos das vereadoras Maria Leticia Fagundes (PV) e Noemia Rocha (MDB) durante a sessão plenária desta quarta-feira (19). Para ele é inaceitável que sejam feitas críticas contra os médicos e profissionais terceirizados que trabalham na UPA CIC ou em outras que eventualmente venham a ser terceirizadas. De acordo com Petruzziello, a Organização Social terceirizada obriga os profissionais a fazerem testes constantes, ao contrário dos concursados que não passam por recall, afirmou ele.
“Se estamos buscando o modelo de terceirização”, afirmou Petruzziello, “é porque até agora as coisas não andaram bem. Nós precisamos adotar modelos de comparação: terceiriza quatro unidades e compara com as que não são”. Para o parlamentar, a reclamação de que não há pediatra na UPA CIC é vazia pois o Ministério da Saúde já determinou que não existe essa necessidade.
Zezinho Sabará (PDT) subiu à tribuna para defender o trabalho feito na UPA CIC. Morador do bairro, ele declarou que só ouve elogios, tanto do atendimento como do trabalho dos funcionários.
Maria Letícia Fagundes (PV) disse que a UPA CIC é a única que não conta com médicos pediatras e comentou que, durante visita à Câmara, a secretária municipal de Saúde, Marcia Huçulak, alegou que o atendimento nesses locais é emergencial, portanto, não admitiria a presença de pediatras. “Isso foi gravado”, afirmou Maria Letícia. “Chama atenção que os servidores concursados serão substituídos por não concursados. Com a terceirização, 500 médicos serão demitidos e um tanto mais de servidores concursados”, apontou.
Noemia Rocha (MDB) disse que “a cada 10 OSs, 8 são investigadas por irregularidades. Não há controle do estado em relação a essas entidades”, em dizer quais são nem em que local. Para ela, o ideal é que a população seja atendida por profissionais aprovados em concursos públicos. Ela disse que teve informações de que as UPAS do Cajuru e Boa Vista vão se transformar em OSs. “Temos preocupação com os servidores públicos lotados nessas unidades. Segundo o Ministério Público do Trabalho, é direito do servidor continuar lotado onde está”, apontou.
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