Taxistas cobram fiscalização do transporte clandestino de passageiros

por Assessoria Comunicação publicado 11/04/2016 13h00, última modificação 06/10/2021 08h43

“Você entregaria seu filho a um serviço que não tem fiscalização? Faço essa pergunta a todos meus passageiros”, disse Vanessa Popovicz, mãe de uma menina e uma das dez taxistas do sexo feminino que acompanhou, na sessão desta segunda-feira (11) da Câmara Municipal, a votação do projeto que garante a exclusividade dos táxis em Curitiba. Elas empunhavam uma faixa alusiva a seis mil agressões sexuais que teriam ocorrido nos veículos do Uber – informação divulgada em março passado pelo site norte-americano BuzzFeed e desmentida pela empresa multinacional.

“O Uber com certeza não é seguro”, defendeu Jucélia Lipinski Kael, taxista em Curitiba há nove anos. “A certidão que os motoristas apresentam de antecedentes criminais é referente aos últimos cinco anos. A nossa [taxistas] é de 20 anos, retirada em cinco cartórios. Os táxis também são vistoriados a cada seis meses e o taxímetro uma vez por ano, para evitar adulterações”, justificou.

Presidente da União dos Taxistas de Curitiba (UTC), Fábio Taborda avaliou que “o Uber só está abrindo as portas [para o transporte clandestino], pois já tem concorrentes”. “Não vamos falar nos taxistas, mas na população, que é quem vai sofrer. Isso vai afeta todas as categorias. Não só o táxi, mas o transporte coletivo, o rodoviário e o escolar. O Uber não aceita regulamentação”, afirmou.

“O Uber é só o que está na moda hoje, evidenciando um serviço pirata de transporte que ocorre há décadas, como o transporte irregular de crianças e vans que fazem lotação. A gente precisa que todo serviço pirata seja fiscalizado e multado”, completou Rogerio Felix, conselheiro da UTC.

O presidente do Sindicato dos Taxistas do Paraná (Sinditaxi-PR), Abimael Mardegan, também cobrou a fiscalização dos serviços clandestinos. De acordo com ele, a multa aprovada em primeira votação deveria ser “bem maior”: “O valor, de R$ 1,7 mil, vale a vida de uma pessoa?”.

A reportagem não encontrou nenhum visitante em plenário que se manifestasse contrário ao projeto de lei votado e aprovado durante a sessão.