Uma das três sugestões ao Executivo acatadas na sessão desta terça-feira (12) da Câmara Municipal indica à Prefeitura de Curitiba a implantação de um projeto-piloto em que galinhas são usadas na redução dos resíduos orgânicos. Segundo o autor da indicação de ato administrativo ou de gestão, Goura (PDT), estima-se que um animal seja capaz de consumir até 200 kg de restos de alimentos por ano.Ele defendeu que a iniciativa já ocorre em cidades de diferentes países, como Estados Unidos, Bélgica e França. Colmar, na França, disse ter reduzido seu lixo alimentar em 80 toneladas, em 2015, com o uso das galinhas para o consumo de resíduos orgânicos. Em Florianópolis (SC), informou Goura, foi implantado um programa em uma creche. “As prefeituras das cidades distribuem de duas a três galinhas aos habitantes e as pessoas assinam termo de compromisso em que devem aderir ao projeto e seguir as regras”, declarou.Ainda de acordo com o vereador, os animais ainda podem gerar alimento, com a produção de ovos, e reduzir a população de insetos indesejáveis, que eles também consomem. “As galinhas também são ótimos animais de estimação”, pontuou. Os estudos sobre a implementação do projeto-piloto, completou ele, poderiam ser desenvolvidos pelas secretarias municipais do Abastecimento e do Meio Ambiente.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Metropolitanos, da qual Goura faz parte, Fabiane Rosa (PSDC) disse ser contra a iniciativa. “A gente até já conversou muito sobre isso. Não sou a favor, por muitos motivos. A gente já tem a lei que não permite a criação [comercial de animais], isso vai abrir precedente para que outros animais sejam criados. O abate vai acontecer. De que forma eles serão manejados, serão tratados?”, avaliou.

Katia Dittrich (SD), que também faz parte do colegiado e é protetora, reforçou os argumentos: “Poderia haver rinhas de galo. As protetoras além de protetoras de cães, gatos e cavalos, serão protetoras de galinhas”. Participaram do debate, ainda, com prequestionamentos ao autor, os vereadores Geovane Fernandes (PTB) e Mauro Bobato (Pode).

Retorno da domingueira
De Noemia Rocha (MDB), os vereadores aprovaram uma sugestão de ato administrativo ou de gestão para o retorno da tarifa domingueira, extinta pela atual administração municipal, no ano passado (203.00080.2018). Ela argumenta que a passagem mais barata aos domingos beneficia a população mais carente, “promovendo e incentivando as visitações a parques, centros culturais e esportivos e demais pontos turísticos da cidade”, e a comunidade religiosa. “Houve um deficit em nossas igrejas”, indicou.

Segundo ela, o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, havia afirmado que a tarifa diferenciada aos domingos seria retomada com a regularização das contas do Município. “E o secretário municipal de Finanças [Vitor Puppi] tem dito que as contas estão regularizadas”, completou. “E é um direito adquirido, de anos e anos.”

Osias Moraes (PRB) avaliou que a domingueira cumpria um “papel fundamental, social, dentro de Curitiba. De levar a população que está nos bairros para conhecer a história da cidade, aos pontos turísticos e, claro, às igrejas”. “Já que a condição hoje está viável, inclusive com a redução do diesel, queremos a volta da domingueira”, complementou.

“As pessoas têm que estar indo e vindo. O prefeito motiva as feiras, motiva o cultural”, opinou Oscalino do Povo (Pode), favorável também à sugestão. Thiago Ferro (PSDB) destacou que a tarifa diferenciada havia sido criada pelo então prefeito Beto Richa, de seu partido. “Sabemos que a Urbs ainda não apresenta um quadro financeiro positivo, mas que logo que apresente possa voltar urgentemente [a domingueira]”, apontou.

Itinerário de ônibus
O plenário também acatou uma indicação de sugestão de ato administrativo ou de gestão, proposta por Oscalino do Povo (Pode), para que o Executivo municipal amplie o itinerário da linha de ônibus Dom Ático (203.00081.2018). O vereador pede que ela siga até a avenida Santa Bernadethe, próximo ao número 128, no bairro Lindoia – avançando duas quadras além do atual ponto final – e informou que é uma demanda dos moradores da região e frequentadores da Associação Profeta Elias.