O plenário da Câmara Municipal aprovou, nesta terça-feira (11), que seja enviada à Prefeitura de Curitiba uma sugestão do vereador Chicarelli (PSDC) em que ele pede a criação de uma secretaria especial dos Direitos dos Animais (201.00011.2014). Ao defender a proposição na tribuna, o parlamentar mostrou aos demais vereadores dois áudios em que ele liga para o 156 e pergunta como faz para socorrer um animal ferido. Obteve como resposta que  este serviço ainda não é ofertado pela prefeitura e foi aconselhado a entrar em contato com entidades de proteção.
    
“Eu tenho mais de dez ligações que mostram como Curitiba vai mal quando é comparada a outras cidades nesse quesito. Parece que não existe cuidado com uma coisa básica, que é um animal em risco”, disse Chicarelli.
    
A vereadora Professora Josete (PT) votou a favor da sugestão. No entanto, posteriormente usou a tribuna para pedir aos parlamentares que ponderem as prioridades na hora de defender suas bandeiras. “Curitiba não tem nem uma secretaria municipal de Defesa dos Direitos Humanos, precisa criar já uma de Defesa Animal?”, criticou Josete. A vereadora anunciou que, neste primeiro semestre, Curitiba vai criar uma coordenadoria para tratar de assuntos ligados aos direitos humanos. “É uma questão de prioridade. Eu não sou suspeita para falar, pois sou bióloga. Fiz esse curso por amor e respeito à natureza, mas numa sociedade capitalista o meio ambiente nunca vai ser respeitado”, afirmou.
    
Ela disse que a cidade possui políticas públicas incipientes na área, mas não está parada. “Quem decide ter animal doméstico tem que ter condições de cuidar”, disse Josete.
    
No final, o vereador Professor Galdino (PSDB) usou a tribuna para dizer que a criação de uma secretaria especial dos Direitos dos Animais pode “ficar para depois” se Curitiba tiver um Centro de Resgate de Animais em Risco (CRAR). “A cidade de São Paulo já possui um CRAR e essa é a prioridade no momento”, defendeu Galdino, acusando a prefeitura de dar pouca atenção ao assunto.
    
Uma sugestão ao Executivo não é impositiva, podendo ser acatada ou não pelo gestor público. Nisso é diferente de um projeto de lei e de um pedido de informação, pois não exige uma resposta da prefeitura. O requerimento do vereador Chicarelli pode ser consultado pela internet, dentro do Sistema de Proposições Legislativas.