Sugerida ação contra o uso de estrutura pública para "palco" político
“Tenho recebido aqui muitos comentários, denúncias, críticas de situações que vêm ocorrendo”, justificou Eder Borges. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
“Fundo para a cultura não é Fundo Eleitoral, palco não é palanque e promiscuidade não é arte”, disse Eder Borges (PP), autor de sugestão ao Executivo acatada na sessão desta terça-feira (12) da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A proposta, apoiada pela maior parte dos vereadores, requer a criação de uma campanha contra o uso da estrutura pública “como palco para fomentar a polarização política” (205.00123.2022).
A indicação, segundo ele, teria sido motivada por denúncias ao Festival de Teatro da capital. “Quem me conhece sabe que sou entusiasta das artes e da cultura”, afirmou Borges. “Tenho recebido aqui muitos comentários, denúncias, críticas de situações que vêm ocorrendo infelizmente nesse festival”, justificou.
Entre essas situações, citou o propositor da sugestão ao Executivo, estariam o panfletarismo político, palavrões, promiscuidade, insultos contra o presidente da República, pornografia no Centro da cidade e até “atores pervertidos se pegando no palco”. O evento, opinou, “não pode ser transformado em um circo de baixarias em que o palhaço é o pagador de impostos”.
“Esse tipo de conteúdo, que seja feito com recursos próprios e em locais privados, e não para crianças. Por isso eu apresento esta sugestão ao Poder Executivo Municipal, para que sejam fiscalizadas situações como essas, porque este festival, que tanto honra Curitiba, é feito com dinheiro público”, completou Borges. A sugestão foi acatada em votação simbólica (sem o registro no painel eletrônico), com a manifestação contrária dos vereadores Maria Leticia (PV) e Renato Freitas (PT).
Outras indicações
O plenário endossou indicação para que o Executivo desburocratize e dê celeridade à análise dos pedidos para a concessão do passe escolar, programa municipal para descontos na aquisição das passagens de ônibus (205.00120.2022). A autora, Noemia Rocha (MDB), pediu um “olhar diferenciado” à situação. De acordo com ela, a demanda foi apresentada por uma mulher cujo filho “teve que deixar de ir à escola pela falta de recursos financeiros”.
De João da 5 Irmãos (União), o plenário apoiou a venda de ração para cães e gatos nos Armazéns da Família, onde as famílias cadastradas têm acesso a produtos em média 30% mais baratos (205.00124.2022). A iniciativa, argumentou, incentivará a adoção de animais em situação de abandono, já que o custo da alimentação pode ser um empecilho.
O vereador Leonidas Dias (Solidariedade), por sua vez, defendeu a reabertura do Centro de Atividades da Pessoa Idosa (Cati) Boa Vista (205.00121.2022). Importante para a socialização e a para a saúde mental da pessoa da terceira idade, avaliou, o espaço tem condições de ser reaberto com base no avanço da vacinação e na queda dos casos ativos da covid-19.
Fecharam a pauta de indicações ao Executivo propostas de Denian Couto (Pode) e de Pastor Marciano Alves (Solidariedade). A primeira sugestão pede a colocação de calha e a substituição de toldo na Escola Municipal Campo Mourão, no bairro Vila Izabel (205.00114.2022). A ideia, no caso de Alves, é promover o Abril Marrom, data nacional para a prevenção e o combate à cegueira (205.00119.2022).
Apesar de não serem impositivas, as indicações são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los na Câmara Municipal, endossadas pelo plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há a relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.
As sessões plenárias começam às 9 horas e são transmitidas pelos canais da CMC no YouTube, no Facebook e no Twitter.
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