Solenidade marca 140 anos da imigração polonesa

por Assessoria Comunicação publicado 29/06/2009 19h30, última modificação 24/06/2021 09h55
A trajetória de luta pela liberdade, defesa da família e da fé dos imigrantes poloneses foi o tema principal de reflexão durante  sessão solene em homenagem aos 140 anos da imigração polonesa no Brasil, realizada na Câmara de Curitiba, nesta sexta-feira (26). A iniciativa foi do vereador Tito Zeglin (PDT), que presidiu a solenidade.
Na saudação oficial aos homenageados, Zeglin ressaltou a influência da cultura polonesa no Paraná. “Nos costumes, artesanato, arquitetura, literatura”, enumerou, citando poema do escritor paranaense Paulo Leminski, descendente de poloneses. “Também devido à atuação de clérigos, intelectuais, comerciantes e da maioria camponesa”, acrescentou. O parlamentar ainda falou sobre a chegada das primeiras 32 famílias de imigrantes em Curitiba, em 1871, vindas de Brusque, Santa Catarina, primeira cidade brasileira a receber poloneses no Brasil, em 1869.
O presidente da Representação Central da Comunidade Brasileiro-Polonesa no Brasil - Braspol, Rizio Wachowicz, utilizando o termo “polônicos” para designar os brasileiros descendentes de poloneses, apresentou pontos relevantes na história da imigração, destacando que, dos 150 a 200 mil imigrantes iniciais, hoje o número de descendentes se aproxima a 2 milhões, de acordo com as estatísticas oficiais. “Valeu a pena”, refletiu Wachowicz, comentando sobre a história sofrida do povo polonês, questão também abordada por Marian Kurzak, presidente da Sociedade União Juventus, em seu pronunciamento.
Identidade
A cônsul geral da Polônia, Dorotta Joanna Barys, destacou que, à época da chegada dos imigrantes, a Polônia ainda estava com seus territórios ocupados pelos exércitos da Prússia, Rússia e Áustria. “A Polônia passou muito tempo sem identidade política”, observou, lembrando fatos como a ampla participação de soldados “polônicos” na Força Expedicionária Brasileira, que combateu as potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, e que no Brasil está a terceira maior comunidade de descendentes de poloneses no mundo.
Dom Ladislau Bienarski, bispo da Diocese de São José dos Pinhais, destacou a importância da influência cultural dos polônicos. “A habilidade dos polônicos com a agricultura pode ser vista na cidade de São José dos Pinhais, cuja área rural é muito produtiva e tem uma ampla variedade de espécies sendo cultivadas.”
Congregações eclesiásticas, instituições representativas e grupos folclóricos receberam homenagens, dentre eles a Associação dos Ex-combatentes Poloneses, a Braspol, o Conjunto de Canto e Dança Junak, a Congregação dos Padres Marianos, a Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família.
Compondo a mesa, estavam Zeglin, Dorotta Barys, José Gorski, representando o prefeito Beto Richa; os desembargadores Márcio Dionízio Gapski e João Kopitowski, que representava o Tribunal de Justiça do Paraná; o professor Carlos José de Mesquita Siqueira, representando o reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, Dom Ladislau Bienarski, Leopoldo Sokolowski, da Sociedade União Juventus, e o vereador Tico Kuzma. O vereador Professor Galdino (sem partido), e o cônsul honorário do Senegal, Ozeil Moura dos Santos, também participaram da sessão solene.
Evidenciando o profundo vínculo do povo polonês com a fé católica, ao fim da solenidade foi apresentado um vídeo sobre a passagem do papa João Paulo II no Brasil em 1980, no qual se destacou o caráter da visita a Curitiba devido ao laços emocionais do pontífice com a comunidade de descendentes de poloneses.
Após a sessão solene, obras de artistas de origem polonesa foram apresentadas no auditório do Anexo II da Câmara Municipal de Curitiba.