Evento realizado na Câmara de Curitiba, nesta quinta-feira (23), homenageou o Dia do Artesão, instituído pela lei municipal 10.477/2002 e comemorado em 19 de março. Autora da norma e responsável pela cerimônia, a vereadora Julieta Reis (DEM) destacou a importância da categoria. “Temos hoje 4,5 milhões de artesãos no Brasil, sendo que 80% são mulheres”, destacou.

Para Julieta Reis, o desenvolvimento tecnológico “é bom para algumas áreas, mas para outras não é”. “As crianças estão tão envolvidas com iPads e iPods que não se dedicam mais a aprender trabalhos manuais. Por isso que temos que incentivar cada vez mais o artesanato, senão ele pode desaparecer, e com ele a originalidade. Tudo vai ser padrão, em série”, lamentou.

"É sempre uma satisfação encontrar vocês [artesãos], porque nos consideramos uma grande família. Quantos de vocês formaram os filhos, com dificuldade, graças às feiras de artesanato?", declarou a vereadora. "Ela permite a comercialização de seus produtos inclusive aos turistas. A feira, independentemente da venda, é uma exposição do que se faz em artesanato em Curitiba. Você negocia diretamente com o produtor, mas na loja não faz isso.”

Patrimônio imaterial
A vereadora lembrou que Curitiba tem, desde 2016, a lei municipal 14.794, de Proteção ao Patrimônio Cultural. A ideia, de acordo com Julieta Reis, é tombar a Feira de Artesanato do Largo da Ordem como patrimônio imaterial da cidade. Tatiana Turra Korman, presidente do Instituto Municipal de Turismo, declarou apoio à iniciativa: “Reconheço o valor desse título para melhorias em nossa estrutura”.

“Compreendo muito a importância e o potencial de vocês. O artesanato é uma grande arte e a feira é uma galeria a céu aberto. A Feira do Largo da Ordem é a segunda maior do Brasil, um atrativo turístico”, continuou Tatiana. Ela anunciou um programa de qualificação lançado pelo Instituto Municipal de Turismo, cujo Departamento de Artesanato é coordenado por Marily Pires Lessnau, e disse que a gestão está programando a troca das lonas das barracas.

A artesã Nilcema do Rocio Ratim discursou em nome dos homenageados. "Só na Feira do Largo são 1,3 mil famílias que dependem dali. Em tempos de crise, tiramos o s e ficamos com a palavra crie. E temos potencial e orgulho de fazer parte dessa família de artesãos de Curitiba”, afirmou. “Temos aqui [na cidade] um verdadeiro mosaico cultural, descendentes de várias culturas. Há quem diga que o curitibano seja um povo meio fechado, meio cascudo. Mas quando ele gosta, gosta muito. A gente tem isso no sangue, do gostar do que faz, fazer bem feito, valorizar quem nos dá esse suporte”, acrescentou.

Confira as fotos do evento no Flickr da Câmara Municipal de Curitiba.