Só proibir armas não reduz violência, diz Mario

por Assessoria Comunicação publicado 27/07/2005 15h55, última modificação 27/05/2021 10h22
Mesmo que os eleitores votem a favor da proibição da venda de armas no País, em outubro próximo, a decisão não terá impacto na redução da violência no Brasil. A opinião é do vereador Mario Celso Cunha (PSB), que, apesar de apoiar a realização do plebiscito, considera que a questão da falta de segurança pública está mais voltada aos problemas econômico e educacional. “Quem comete crime e anda armado é, na maioria dos casos, alguém que possui uma arma ilegal, contrabandeada. Bandido não compra arma na loja, com nota fiscal”, lembra.
Para o vereador, em paralelo ao referendo, o governo deveria lançar programas sociais que estimulassem a geração de emprego e ampliassem as condições de acesso da população menos carente à educação. Além disso, acrescenta, seria necessário melhorar os quadros da polícia, com pessoal, equipamentos e salários e investir na recuperação de áreas degradadas das grandes cidades, como as favelas, onde o marginalizado vai viver e conviver com o crime e a violência.
Além
Segundo Mario Celso, a proibição da venda, se aprovada no plebiscito, pode gerar um mercado negro de armas que continuariam entrando no País por suas imensas fronteiras. “Precisamos de um conjunto de ações que vá além, dirigidas à origem da violência”, acrescenta.
O vereador lembra recentes declarações do sociólogo Jorge Werthein, representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, para quem não se pode formular medidas de combate à criminalidade sem a adoção de políticas de inclusão social.
“Como ações nesse sentido, o sociólogo cita a lei seca em São Paulo, que obriga o fechamento dos bares das 23h às 6h em 16 municípios, onde a taxa de homicídio caiu 28%, de 1999 a 2004. Também o programa Escola da Família, que abre 5.306 escolas estaduais no fim de semana, com ações de cultura, esporte e educação e que provocou redução de 36% em homicídios nas escolas e entorno”, exemplifica Mario Celso.