Sindicância da Corregedoria apura denúncia contra vereador
Foi confirmado hoje (23) pela Corregedoria da Câmara de Curitiba que há sindicância em curso para apurar se há, ou não, autoria e materialidade em denúncia contra o vereador Thiago Ferro (PSDB). O caso foi revelado em plenário e em entrevista à imprensa pelo corregedor, Dr. Wolmir Aguiar (PSC), após Ferro expor a situação no início da sessão plenária. O Código de Ética define a sindicância como “procedimento prévio de investigação interna”.
O corregedor explicou que o denunciante, cujo nome não foi divulgado, foi assessor de Thiago Ferro “em período anterior ao mandato” e sugere que o parlamentar teria se apropriado de parte do salário de dois assessores do gabinete de Ferro. “Existem mensagens de Whatsapp acostadas [aos autos] em que o denunciante se comunica com um terceiro, não com o vereador [Thiago Ferro], e fala que a prática prosseguiria”, delimitou Wolmir.
Segundo o corregedor, na acusação são citados dois servidores do mandato e um da prefeitura, pelo denunciante, como supostos exemplos da continuidade da prática. “Serão intimados e ouvidos nesta semana”, adiantou Dr. Wolmir, sem identificar as pessoas. A sindicância começou no dia 16 de agosto e tem 30 dias de prazo.
O procedimento gera um relatório que pode recomendar medidas preventivas, de redução de ano, compensatórias e, se houver indício de infrações ético-disciplinares, a Corregedoria formaliza queixa contra o acusado. “A Mesa tem tomado todas as precauções necessárias, dentro do que o Regimento [Interno] orienta”, explicou Serginho do Posto (PSDB), presidente do Legislativo. “Agiremos com rigor. Se tiverem denúncias, serão recebidas e processadas. Não vamos coadunar”, reforçou Wolmir.
Apesar de se tratar de procedimento prévio de investigação interna, o vereador Thiago Ferro protocolou hoje um pedido de informações oficiais à Câmara Municipal (064.00018.2017) requisitando acesso aos autos. “Faço questão do requerimento, até para que eu seja processado por essa casa o mais rápido possível, porque eu confio na minha inocência”, disse o parlamentar em plenário. Thiago Ferro quer acesso aos autos, pois desconfia que o denunciante é a mesma pessoa que ele acusa de caluniá-lo e perseguir seus familiares.
“Faz quatro meses que eu recebo constantemente contra mim, e contra a minha família, ameaças à vida, quando meus filhos estão indo para a escola, quando minha mulher chega em casa”, disse Thiago Ferro, mostrando os boletins de ocorrência na tribuna. Ele afirma ser vítima de calúnia e extorsão e desconfia que o denunciante seja um ex-apoiador, “com o qual cortamos o vínculo”. Aos jornalistas, garantiu que não exige dinheiro do salário dos comissionados.
Thiago Ferro também criticou a cobertura dada pela imprensa ao caso pois, nas palavras dele, “alguns comunicadores, de maneira irresponsável no que falam, me acusam daquilo que não fiz, ficam repetindo mentiras e denúncias caluniosas”. “Eu confio na minha inocência, tenho muito orgulho do segmento que eu represento, eu não irei envergonhá-los”, defendeu-se.
A fala foi acompanhada, em plenário, pelos assessores do gabinete de Ferro, por pastores e líderes comunitários, pelo pai dele e bispo da Sara Nossa Terra, Cirino Ferro, pelo apóstolo da Igreja Ágape Alexandre Monteiro e pelos advogados Cláudio Dalledone, Daniel Godoi e Renan Canto.
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