Sessão solene marca o centenário da umbanda

por Assessoria Comunicação publicado 17/11/2008 18h55, última modificação 22/06/2021 09h21
O centenário da umbanda no Brasil foi comemorado na Câmara de Curitiba, na noite da última sexta-feira (14). O evento realizado no Legislativo foi mais um de uma série, que teve continuidade durante o final de semana, com o tema “Umbanda é Paz. 100 Anos de Fé e Caridade”. Conforme o discurso de saudação do vereador Luizão Stellfeld (PCdoB), autor da iniciativa, a religião, fundada em 1908, no Rio de Janeiro, é a única genuinamente brasileira. “É uma religião formada dentro da cultura brasileira, que sincretiza vários elementos, inclusive de outras religiões, como a católica, espírita e afro-brasileiras”, disse o parlamentar. Para ele, a umbanda tem caráter social e cultural. “Visa a confraternização e valorização do ser humano, buscando evidenciar a igualdade e minimizar o preconceito”, complementou.
André Moraes, dirigente do terreiro do tio Antônio, falou sobre a umbanda desde a época da escravidão até os dias de hoje. Segundo o pai-de-santo, foi preciso muita luta e determinação por parte dos antecessores, que, através do tempo, garantiram que a religião sobrevivesse ao preconceito e diversas perseguições policiais. “Transpôs barreiras e hoje é praticada de norte a sul”, acrescentou, destacando que a efetiva expansão do número de terreiros teve início em 1930, se consolidando durante o Estado Novo.
“Hoje, ao completar 100 anos, começa um novo ciclo de crescimento, praticado em todas as camadas socioeconômicas e culturais de nossa sociedade e mais uma vez podemos constatar que aquela semente se transformou não apenas numa árvore frondosa, mas num pomar repleto de árvores e de frutos”, finalizou.
Para o presidente da Associação Espiritualista Mensageiros de Aruanda, Marco Boeing, um dos organizadores do evento e também homenageado durante a sessão, as festividades dão  oportunidade de divulgar a história pouco conhecida da umbanda, esclarecendo dúvidas básicas e certamente diminuindo o número de pessoas que têm uma imagem incorreta da religião.