Sessão especial marca Dia Mundial da Água na Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 22/03/2011 19h55, última modificação 06/08/2021 09h53
O desafio da gestão das águas foi  tema de discussão na Câmara de Curitiba, na tarde desta terça-feira (22), Dia Mundial da Água, como parte da abertura da Semana da Água, que concentra na capital paranaense diversos eventos públicos e da iniciativa privada.
O secretário municipal para Assuntos Metropolitanos, José Roberto Borghetti, e Milena Seabra, gestora do projeto Águas do Amanhã, desenvolvido pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), foram convidados pelo presidente, João Cláudio Derosso (PSDB), Francisco Garcez (PSDB), presidente da Comissão Especial da Água, e Caíque Ferrante (PRP), relator, para ampliar a troca de informações  sobre o necessário  gerenciamento dos recursos hídricos. A Comissão da Água,  que atua desde 2009, tem promovido eventos paralelos com outras comissões para promover uma agenda de ações com este objetivo, conforme Caíque Ferrante. 
Carta 
O secretário José Roberto Borghetti informou sobre a Carta de Curitiba, documento assinado pelos 26 prefeitos de municípios da região metropolitana, entregue pela manhã, no Parque Barigui, durante a abertura  do fórum "Água para as Cidades: responder ao desafio urbano", ao secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski. O evento foi organizado pela prefeitura, governos estadual e federal, Fundação Roberto Marinho, Agência Nacional das Águas e  Instituto GRPCom.  Falou também do tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que  aborda a mesma necessária conscientização e alerta em relação à escassez do "precioso líquido essencial à vida humana", como bem lembrou Borghetti.
Milena Seabra  detalhou  informações sobre o projeto  do GRPCom Águas do Amanhã, que procura sensibilizar  e conscientizar paranaenses  para a utilização responsável dos recursos hídricos.
Borghetti afirmou que a Carta visa integrar ações de gestão dos recursos hídricos com a gestão territorial dos municípios formadores das bacias hidrográficas comuns, considerando o ciclo hidrológico no processo. E também objetiva a  implantação das ações estruturais previstas no Plano Diretor de Drenagem para a Bacia do Alto Iguaçu, realizando a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, instalações de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
Projeto
O projeto Águas do Amanhã está  na segunda fase da campanha de alerta à população para a necessidade de despoluição do Rio Iguaçu. A iniciativa do GRPCom procura envolver  a  sociedade na discussão dos problemas que afetam a bacia do Alto Iguaçu.
No debate com os vereadores, Milena Seabra reafirmou a disposição do grupo de comunicação em exercer um "engajamento responsável  na busca de soluções para a preservação dos recursos hídricos, com a sociedade, poderes públicos e os setores produtivos de comércio e indústria.”
Consenso
O senso comum dos vereadores e convidados  sinalizou para a educação como reformadora de um padrão cultural.  Milena Seabra opinou que "não se muda uma realidade sem educação". Um exemplo de  como a conscientização pode promover mudanças de sucesso foi citado pelo líder da oposição, Algaci Tulio (PMDB). Na época em que foi vice-prefeito, o vereador desenvolveu, com o  ex-prefeito Jaime Lerner (um dos que apoiam o atual projeto da GRPCom), o programa Lixo que não é lixo e o sentimento pela capital ecológica. O líder do prefeito na Casa, João do Suco (PSDB),  adotou a mesma linha de pensamento,  destacando a  oportunidade de  ampliar  novos olhares sobre o problema. Lembrou que o prefeito Luciano Ducci está atento, divulgando ações concretas, como o projeto de despoluição das bacias dos rios Uvu e Belém, implantação de novos parques e mobilização social em torno da educação ambiental.
Cada um dos vereadores mostrou sua idêntica preocupação com a gestão das águas e focou aspectos que interferem na questão, como criar opções de pavimentação com menos impermeabilização, garantindo ao mesmo tempo a qualidade de vida da população com a ampliação das vias asfaltadas. Também a implantação de mecanismos que impeçam o desperdício de água tratada na lavagem de carros e calçadas, agenda para debates futuros, diagnósticos para ações efetivas  conjuntas entre sociedade, poderes públicos e setores produtivos, novos projetos para maior reaproveitamento da água, avaliação sobre integração de medidas e prevenção (com os demais municípios da região metropolitana) e penalidades mais duras para conter o desperdício, principalmente nos setores  produtivos, "agronegócio, pecuária e indústria", como citou Borghetti.
A sustentabilidade foi ressaltada pelo secretário municipal em sua avaliação sobre a importância do Código Florestal e na observação de encerramento, de que "a referência do Brasil como potencial reservatório de água potável está  limitada à região da Amazônia. No restante, o país é deficitário quanto às reservas para o futuro da população". Borghetti é consultor nacional da ONU para agricultura e alimentação.