Servidores municipais são contra reposição parcelada de 10,36%

por Assessoria Comunicação publicado 16/03/2016 13h00, última modificação 06/10/2021 07h17
“Não vamos aceitar parcelamento”, sentenciou Irene Rodrigues, na Câmara de Vereadores, nesta quarta-feira (16), falando em nome dos sindicatos de servidores municipais durante a Tribuna Livre. Ela, que é coordenadora geral do Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba), repassou aos parlamentares o andamento das negociações com a Prefeitura de Curitiba e o desconforto do funcionalismo com a proposta de reajuste de 10,36%, parcelado em duas vezes, nos meses de abril e julho.

Irene Rodrigues relatou que os sindicatos pediram 15% ao Executivo, com a intenção de ter a reposição da inflação no período “e algum ganho real” - “só as perdas históricas, que não é inflação, seriam 9,24%”. Ela questionou a escolha do IPCA como índice usado para a correção salarial, sendo que em outros anos o utilizado era o INPC – 12,86% no período. “Quando o IPCA era maior que o INPC não foi utilizado para calcular o reajuste”, reclamou a sindicalista. “[Índice de inflação] não é produto na prateleira, que você escolhe o mais barato. Estamos falando da vida dos servidores”, criticou.

O vereador Pedro Paulo (PDT) destacou a importância da Câmara Municipal agir como mediadora nessa negociação, “pois nunca deixou de receber os sindicatos e nesse ano não seria diferente”. Paulo Salamuni (PV), líder do prefeito no Legislativo, adiantou também “não ver com bons olhos o parcelamento” e se colocou à disposição das entidades para manter o diálogo aberto. Na presidência da sessão, Felipe Braga Côrtes (PSDB) elogiou a participação dos sindicatos. “Quero cumprimentar pelo respeito, que é assim que se dialoga, que se faz democracia”, afirmou. Chico do Uberaba (PMN), Chicarelli (PSDC) e Valdemir Soares (PRB) fizeram críticas ao prefeito Gustavo Fruet.

Além do Sismuc, outras três categorias participam da negociação: Sismmac (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal), da Afisc Sindical (Sindicato dos Analistas de Tributos Municipais) e do Sigmuc (Sindicato dos Guardas Municipais de Curitiba). Aos vereadores foi distribuído um livreto com as reivindicações das categorias, em que pedem, além do reajuste de 15%, pisos salariais por nível de formação, revisão da lei municipal 11.000/2004, regras específicas para o IPMC e para o ICS, novos concursos públicos e uma política de medicina ocupacional.

Confira o caderno com a pauta de reivindicações "Pra Cima Deles", do Sismuc.

“Apesar da crise, temos que garantir que o servidor possa exercer o seu trabalho com tranquilidade”, defendeu Professora Josete (PT). Ela questionou o parcelamento do reajuste e perguntou se havia clima para avanços na negociação. “Ainda não fechou o espaço para discussão”, respondeu a dirigente do Sismuc. “Tivemos uma reunião ontem e outra deve acontecer antes de o projeto de lei ser encaminhado à Câmara Municipal”, adiantou Irene Rodrigues.

Ao responder Noemia Rocha (PMDB) e Julieta Reis (DEM), a representante dos funcionários cobrou a revisão da legislação que rege o Instituto Curitiba de Saúde (ICS) e do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC). “Os dois são propriedade dos servidores”, defendeu Rodrigues, “e não têm paridade nos conselhos. A lei atual é de 2003, quando só tínhamos dois sindicatos, e nem eles foram atendidos na época, pois só tem uma vaga. Se os institutos são dos servidores, por que eles não podem eleger os presidentes do IPMC e ICS?”.

Mauro Ignácio (PSB) perguntou se a Prefeitura de Curitiba já teria cumprido o acordo de rever o abono dos descontos e faltas pela greve de 2014. A coordenadora geral do Sismuc adiantou que, nas tratativas com a Secretaria Municipal de Recursos Humanos, o assunto voltaria a ser debatido agora, “perto da data-base”. “Esse assunto é importante para o sindicato tanto quanto para a Câmara, pois está em jogo a credibilidade política do Legislativo. O prefeito tinha se comprometido a negociar”, concluiu Rodrigues – no ano passado, a promessa foi obtida em reunião mediada pelos vereadores.