Seminário sobre transporte traz experiências de outras cidades
Falta informação e até educação sobre o tema transporte coletivo. Suas deficiências são aplicáveis para todo o território nacional. Não é um problema típico de uma cidade. A opinião é do ex-secretário de Transportes de Maringá, Renato Bariani, um dos palestrantes do segundo dia do seminário sobre o tema transporte coletivo Transparência e Controle Social, promovido pela Câmara de Curitiba, através da bancada do PT, no auditório do Anexo II.
Bariani, que trouxe a experiência implantada em Maringá, disse que o cálculo da planilha tarifária de custos é um processo eminentemente técnico, mas que passa pela decisão política. Por isso, é fundamental que a população tenha conhecimento de como funciona o sistema, pois é quem paga a tarifa, afirmou. O palestrante destacou pontos que considera importantes, como a gratuidade, que acabam penalizando os usuários, principalmente os menos favorecidos. Esses benefícios para determinados grupos de usuários são justos, mas não é justa a forma como são pagos. Quando se insere a gratuidade é preciso que se tenha um histórico para saber quem está pagando a conta.
O ex-secretário afirmou que é preciso rever a questão do financiamento, contratos antigos, principalmente quanto a equipamentos, pois hoje, com a tecnologia, estes apresentam um grau maior de durabilidade e, conseqüentemente, de economia. Os municípios também precisam ter coragem de abrir mão da taxa de gerenciamento que cobram sobre os serviços, que não deixa de ser uma forma de imposto, para que o transporte passe a ser mais acessível para todos, disse.
Exclusão social
Também palestrante no evento, o coordenador de projetos especiais da BHtrans, de Belo Horizonte, Célio Freitas Bouzada, afirmou que no Brasil, somente o usuário paga a conta do transporte coletivo. Bouzada falou sobre como funciona o sistema na capital mineira e defendeu a idéia de rompimento da atual estrutura de funcionamento do sistema.
Para o coordenador, esse ciclo gera exclusão social, crescente número de viagens a pé, desemprego, além da perda contínua de passagens com a redução da demanda, provocando perda do dinamismo das cidades. É preciso centralizar o foco no usuário e não na gestora dos serviços. Em BH mantemos o Acordo de Manutenção da Câmara de Compensação Tarifária (CCT). Incluímos o risco para as empresas do setor que precisam atingir metas de satisfação do serviço prestado. Implantamos, também, uma política de debate e controle permanente, facilitada pela bilhetagem eletrônica, inclusive para os motoristas, o que nos permite saber, desde o início da viagem, se eles pararam e até quantos trabalharam. Com isso, conseguimos desmistificar o lucro das empresas e sabemos que de 4,5% a 5% do valor da tarifa é lucro, concluiu.
Restrição de automóveis
Já para o representante de Porto Alegre, Túlio Manin, ex-diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação, tudo na vida é cíclico. É preciso que exista um sistema de controle operacional, com ampliação de trechos transversais, investimentos em corredores e plano diretor de transporte, além de uma maior participação do usuário. Manin disse que o usuário só diz o que quer, isto é ônibus bonito, limpo com ar condicionado e barato. Tudo isso é custo, afirmou.
O ex-diretor contrapôs a idéia do seu colega mineiro, dizendo que transporte mais barato é a oportunidade de mais pessoas disputarem uma vaga no emprego e não gerar emprego.
Na opinião de Manin, existe um enorme espaço para ser trabalhada a questão do barateamento do transporte coletivo, já que os ganhos de eficiência foram enormes, citando como exemplo o aperfeiçoamento dos equipamentos e insumos utilizados. É preciso sabermos que modelo de cidade queremos, pois esse modelo afeta no custo da tarifa. O barateamento do transporte passa, numa proporção maior do que imaginamos, pela questão do usuário, que exerce seu direito de consumidor cada vez mais exigente. Portanto, é necessário que se amplie essa discussão com a sociedade, disse, ressaltando, ainda, que se faz necessário debater com a população e governos pontos importantes, como os subsídios, que serão compensados em outros planos. Finalizando, afirmou que é urgente caminhar para a restrição de automóveis e que o Estado precisa entrar nesse processo, cobrando uma taxa, e que esta seria utilizada como fonte de subsídios e financiamentos ao transporte coletivo.
Também nesta sexta-feira, foram realizados debates sobre as questões colocadas no seminário. A vereadora Professora Josete (PT) afirmou que a idéia é instituir um fórum permanente para debater o transporte coletivo.
Bariani, que trouxe a experiência implantada em Maringá, disse que o cálculo da planilha tarifária de custos é um processo eminentemente técnico, mas que passa pela decisão política. Por isso, é fundamental que a população tenha conhecimento de como funciona o sistema, pois é quem paga a tarifa, afirmou. O palestrante destacou pontos que considera importantes, como a gratuidade, que acabam penalizando os usuários, principalmente os menos favorecidos. Esses benefícios para determinados grupos de usuários são justos, mas não é justa a forma como são pagos. Quando se insere a gratuidade é preciso que se tenha um histórico para saber quem está pagando a conta.
O ex-secretário afirmou que é preciso rever a questão do financiamento, contratos antigos, principalmente quanto a equipamentos, pois hoje, com a tecnologia, estes apresentam um grau maior de durabilidade e, conseqüentemente, de economia. Os municípios também precisam ter coragem de abrir mão da taxa de gerenciamento que cobram sobre os serviços, que não deixa de ser uma forma de imposto, para que o transporte passe a ser mais acessível para todos, disse.
Exclusão social
Também palestrante no evento, o coordenador de projetos especiais da BHtrans, de Belo Horizonte, Célio Freitas Bouzada, afirmou que no Brasil, somente o usuário paga a conta do transporte coletivo. Bouzada falou sobre como funciona o sistema na capital mineira e defendeu a idéia de rompimento da atual estrutura de funcionamento do sistema.
Para o coordenador, esse ciclo gera exclusão social, crescente número de viagens a pé, desemprego, além da perda contínua de passagens com a redução da demanda, provocando perda do dinamismo das cidades. É preciso centralizar o foco no usuário e não na gestora dos serviços. Em BH mantemos o Acordo de Manutenção da Câmara de Compensação Tarifária (CCT). Incluímos o risco para as empresas do setor que precisam atingir metas de satisfação do serviço prestado. Implantamos, também, uma política de debate e controle permanente, facilitada pela bilhetagem eletrônica, inclusive para os motoristas, o que nos permite saber, desde o início da viagem, se eles pararam e até quantos trabalharam. Com isso, conseguimos desmistificar o lucro das empresas e sabemos que de 4,5% a 5% do valor da tarifa é lucro, concluiu.
Restrição de automóveis
Já para o representante de Porto Alegre, Túlio Manin, ex-diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação, tudo na vida é cíclico. É preciso que exista um sistema de controle operacional, com ampliação de trechos transversais, investimentos em corredores e plano diretor de transporte, além de uma maior participação do usuário. Manin disse que o usuário só diz o que quer, isto é ônibus bonito, limpo com ar condicionado e barato. Tudo isso é custo, afirmou.
O ex-diretor contrapôs a idéia do seu colega mineiro, dizendo que transporte mais barato é a oportunidade de mais pessoas disputarem uma vaga no emprego e não gerar emprego.
Na opinião de Manin, existe um enorme espaço para ser trabalhada a questão do barateamento do transporte coletivo, já que os ganhos de eficiência foram enormes, citando como exemplo o aperfeiçoamento dos equipamentos e insumos utilizados. É preciso sabermos que modelo de cidade queremos, pois esse modelo afeta no custo da tarifa. O barateamento do transporte passa, numa proporção maior do que imaginamos, pela questão do usuário, que exerce seu direito de consumidor cada vez mais exigente. Portanto, é necessário que se amplie essa discussão com a sociedade, disse, ressaltando, ainda, que se faz necessário debater com a população e governos pontos importantes, como os subsídios, que serão compensados em outros planos. Finalizando, afirmou que é urgente caminhar para a restrição de automóveis e que o Estado precisa entrar nesse processo, cobrando uma taxa, e que esta seria utilizada como fonte de subsídios e financiamentos ao transporte coletivo.
Também nesta sexta-feira, foram realizados debates sobre as questões colocadas no seminário. A vereadora Professora Josete (PT) afirmou que a idéia é instituir um fórum permanente para debater o transporte coletivo.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba