Seminário discute direitos dos homossexuais

por Assessoria Comunicação publicado 18/05/2009 20h05, última modificação 24/06/2021 07h41
Dados sobre a discriminação de homossexuais entre a população brasileira foram apresentados no I Seminário Sobre Cidadania LGBT e Homofobia, realizado nesta segunda-feira (18), no auditório do Anexo II da Câmara Municipal de Curitiba. O evento é uma iniciativa da vereadora Renata Bueno (PPS) e contou com a presença e apoio de outros parlamentares, como Julieta Reis (DEM), Professora Josete (PT) e Jair Cézar (PSDB).
Entre os convidados estavam Dalio Zippin Filho, membro do Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB; Raquel Ferraro Cubas, diretora do Centro de Informações da Secretaria Municipal de Saúde, representando o vice-prefeito Luciano Ducci; Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais), além de lideranças e representantes de diversas ONGs que tratam dos direitos sexuais dessas minorias.
Vídeo institucional da Unaids, programa da ONU para combate à Aids, foi apresentado, além de palestras do sociólogo Gustavo Venturi, professor da USP e membro do Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, e Marcos Alves da Silva, pastor, advogado e professor universitário.
Dados
Venturi apresentou e comentou dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Instituto Rosa Luxemburgo, da Alemanha. Para identificar as opiniões da população e o perfil dos grupos que mais admitem algum tipo de discriminação em relação aos homossexuais, foram utilizados critérios como “preconceito assumido” e “preconceito velado” e feita distinção entre preconceito e homofobia. Escolaridade, renda, faixas etárias, religião, nível socioeconômico, além de outras categorias, foram levadas em conta para identificar em que grupos estão as pessoas que mais aceitam ou repudiam o comportamento homossexual. De acordo com o levantamento, 25% da população podem ser considerados “homofóbicos”, 30% dos homens e 20% das mulheres.
História
O pastor Marcos Alves da Silva, que participou do seminário por sugestão de Toni Reis, abordou questões como dogmatismo religioso, tolerância, fundamentalismo e os posicionamentos dos cristãos ao longo da história. Citando autores como Martin Buber, Max Weber, Rubem Alves e Dom Hélder Câmara, disse crer que “a saída para esse problema é o ecumenismo, pois é muito natural no ser humano o medo daquilo que é diferente.” Associou o fundamentalismo a uma perspectiva literalista do texto bíblico. Contando que, por ter crescido entre fundamentalistas, conhece bem a mentalidade dessas pessoas Silva afirmou que “a repulsa ao homossexualismo é um contributo negativo da conduta cristã.”
Questionamentos
A vereadora Renata Bueno perguntou para Gustavo Venturi sobre sua visão quanto aos avanços da sociedade neste assunto, salientando o fato de que “Curitiba é uma cidade conservadora.” O sociólogo afirmou que houve avanços visíveis, mas que é necessário mais tempo para que mudanças a contento surjam, analisando que, à medida que o mundo fica menor, com maior interatividade e facilidades de comunicação, os grupos fundamentalistas “recrudescem em seus posicionamentos.”