Seminário debate a formação dos trabalhadores em educação

por Assessoria Comunicação publicado 13/09/2013 18h45, última modificação 20/09/2021 07h53

A Câmara de Curitiba sediou, na tarde desta sexta-feira (13), o seminário Escola Pública e o Papel dos Trabalhadores da Educação. Iniciado ainda no período da manhã, o evento foi uma iniciativa da vereadora Professora Josete (PT) e reuniu gestores, especialistas em educação e professores.
    
A secretária municipal de educação, Roberlayne Roballo, e as doutoras em educação Andréa Gouveia e Kátia Cristina Dambiski participaram de uma mesa-redonda e responderam perguntas dos participantes. O tema debatido foi a formação dos trabalhadores em educação na perspectiva da construção de uma escola democrática
    
Para Professora Josete, o seminário marcou um momento de retomada da discussão sobre a formação dos profissionais de educação. “Vivíamos sob a lógica do ranking e do resultado, contudo, sabemos que precisamos pensar além disso. Ou seja, buscar a qualidade, mas também valorizar os trabalhadores e essa discussão não estava sendo feita”, analisou.
    
Andréa Gouveia, doutora em educação e professora da UFPR, falou sobre as  desigualdades “entre e intra sistemas” de ensino no Brasil, que ocasionam distorções salariais entre professores de diferentes regiões do país. A especialista avalia como positiva a lei que criou o piso nacional, mas questionou a valorização dos profissionais apenas em questões salariais.
    
Gouveia reivindicou, ainda, atenção para os professores da educação básica, em especial no que está relacionado à hora atividade e aos planos de carreiras. “A atividade do professor não se restringe ao horário dentro de sala de aula”, apontou.
    
Já a secretária Roberlayne Roballo, que também é professora e pedagoga, apresentou as ações desenvolvidas pela prefeitura de Curitiba no tocante à formação profissional e políticas de valorização dos professores. Ela relatou sobre os programas Educultura e Edutecnologia, de formação continuada para os trabalhadores da rede de ensino.
    
“Desde o início do ano, já disponibilizamos 640 ingressos para eventos culturais e cursos, para aprimorar o capital cultural dos professores”, detalhou. A respeito do Edutecnologia, Roballo informou que o projeto é piloto e está sendo desenvolvido, inicialmente, com 500 professores. “Esta ação está sendo promovida em parceria com a UFPR e o Ministério da Educação e visa a investigação, a reflexão e a pesquisa, neste intercâmbio com os acadêmicos”.
    
Em sua fala, Kátia Cristina Dambiski destacou a possibilidade de utilizar os momentos em que os professores estão na escola, como espaços de formação profissional. “Exitem alguns momentos formativos, como a hora atividade, as reuniões pedagógicas, o conselho de classe e o conselho de escola, entre outros, e eu proponho que estes espaços sejam aproveitados como oportunidades de  capacitação para os trabalhadores da educação”, esclareceu.
    
Para favorecer o conceito de educação democrática, a especialista salientou a necessidade de que estes momentos sejam “intencional e sistematicamente organizados, por meio de um planejamento rigoroso e organizado”.
    
Na avaliação de Dambiski, é necessário que os municípios valorizem os pedagogos, como articuladores do trabalho pedagógico desenvolvido nas escolas. Por fim, ela destacou o “rico momento de diálogo” proporcionado pelo seminário, com a integração entre Câmara Municipal, universidades, prefeitura, sindicatos e trabalhadores da categoria.

Moção

Ao término do seminário, os participantes concordaram em aprovar uma moção de apoio, proposta por Professora Josete, aos funcionários públicos de Araucária, que estão em greve por melhorias salariais e também das condições de trabalho. A vereadora adiantou que o documento será encaminhado ao prefeito do município, e que o documento vai apelar para que seja reestabelecido o diálogo entre os grevistas e a prefeitura de Araucária.