Sem-teto fazem denúncias à Comissão de Segurança

por Assessoria Comunicação publicado 29/10/2008 17h50, última modificação 22/06/2021 08h45
Grupo de sem-teto retirado de área ocupada na Fazendinha participou, nesta quarta-feira (29), da reunião da Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Câmara de Curitiba, acompanhado de representantes da União Nacional para Moradia Popular. Eles denunciam o envolvimento dos proprietários na invasão do terreno, o uso eleitoral, com a participação de candidatos a vereador, até a violência policial na ação de reintegração de posse, ocorrida no dia 23 deste mês. Cobram, também, uma política habitacional.
O presidente da Comissão, vereador Pedro Paulo (PT), recebeu da coordenadora da União Nacional para Moradia Popular, Maria das Graças Silva de Souza, a denúncia “do interesse dos proprietários da área, a Construtora Varuna Empreendimentos Imobiliários, ligada ao grupo CR. Almeida, em usar os sem-teto no desmatamento do terreno para abrir loteamento no local.” Segundo ela, logo depois da ocupação apareceram advogados e um oficial de Justiça anunciando a cobrança dos honorários. “Estava tudo combinado”, diz, comentando que, pelo acerto, cada família (mais de duas mil) se comprometeu a pagar 24 prestações de R$ 40.
Desmatamento
“A orientação dos organizadores da invasão era limpar a área. Depois da retirada das famílias apareceram as motosserras. Agora, já abriram ruas e estão demarcando os lotes”, acusa Maria das Graças. A líder comunitária questiona, ainda, quem são os proprietários da área. Diante disso, o grupo pede apoio dos vereadores da Comissão de Segurança para abertura de CPI para apurar as ocorrências registradas no local.
Pedro Paulo e os vereadores Manassés Oliveira (sem partido) e Elias Vidal (PP) pedem que o grupo monte um dossiê com todas as denúncias para futuras investigações. A Comissão de Segurança vai traçar, depois de receber a documentação, as estratégias para esclarecer a questão.
Funerárias
O presidente da Comissão definiu, também na reunião desta quarta-feira, reunião conjunta com a Comissão de Serviço Público, na próxima terça-feira (4), para discutir proposta da Funerária Vaticano de Curitiba, que defende a livre escolha do cliente.