Segurança: vereadores divergem sobre responsabilidades do Estado e Município

por Assessoria Comunicação publicado 01/03/2016 14h55, última modificação 06/10/2021 06h43
“O prefeito Gustavo Fruet fez várias promessas à Guarda Municipal”, afirmou em plenário, nesta terça-feira (1º), o vereador Professor Galdino (PSDB), “só que não cumpriu nenhuma”. Ele e Chico do Uberaba (PMN) repetiram as queixas apresentadas ontem, durante a prestação de contas da Prefeitura de Curitiba (leia mais), pelo presidente do Sigmuc (Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba), Luiz Vecchi.

Em um panfleto distribuído aos vereadores, o Sigmuc reclama que desde 2014 não são comprados uniformes, que os 1.500 novos guardas “prometidos na campanha eleitoral” não foram contratados, nem foram implantados os módulos da Guarda Municipal nos bairros, por exemplo. “O prefeito disse que combateria a violência e não cumpriu”, insistiu Galdino. “O Uberaba está abandonado. Esse prefeito, o Fruet, é uma negação. É incompetente”, disse Chico do Uberaba.

Paulo Salamuni (PV), líder do prefeito na Câmara Municipal, rebateu as acusações dos vereadores. “Você nunca vai chegar ao seu destino se parar todas as vezes para atirar pedras em cada cão que late no caminho”, rebateu, citando frase do político inglês Winston Churchill. “Esses vereadores, que são aliados do governador [Beto Richa] jogam toda a responsabilidade para cima do prefeito, mas não dizem que Curitiba está com o menor efetivo da Polícia Militar dos últimos anos”, declarou.

Comentário semelhante sobre a falta de policiais militares em Curitiba foi feito na véspera, pela secretária municipal de Finanças, Eleonora Fruet, durante a audiência pública de prestação de contas na Câmara. “No dia 29 de abril, 500 servidores públicos municipais foram testemunhas de uma mobilização da Polícia Militar nunca vista na cidade de Curitiba”, ela disse, referindo-se à ação da PM destinada a impedir que servidores públicos do Estado entrassem na Assembleia Legislativa, onde eram votados projetos de interesse do funcionalismo. Cerca de 200 pessoas ficaram feridas, 20 delas policiais.

“Nesse dia houve uma cena tragicômica”, relatou Eleonora, “porque o prefeito quis estacionar [no Palácio 29 de Março, sede da prefeitura no Centro Cívico] e foi barrado por um policial militar que não o reconheceu. É que o policial era de Toledo [cidade no Oeste do Paraná]”. A secretária de Finanças criticou a movimentação de policiais do interior para a capital nesse dia, utilizando isso como exemplo do que ela afirma ser o baixo número de efetivo da corporação em Curitiba.

“Quantos policiais têm na cidade?”, ela questionou. “Pela informação [que temos], o efetivo da PM em Curitiba é algo em torno de 800 policiais. O Paraná arrecada R$ 25 bilhões só em ICMS, e R$ 8 bilhões são gerados na cidade”, Eleonora reclamou. A secretária defendeu que a capital deveria ter mais de 2,5 mil policiais. Paulo Salamuni retomou esses argumentos hoje, ao discutir o tratamento dado por Galdino e Chico do Uberaba às queixas da Guarda Municipal.

Iluminação pública
Esse debate “encobriu” a conversa entre Bruno Pessuti (PSC), Mauro Ignacio (PSB) e Carla Pimentel (PSC), sobre as vantagens de melhorar a iluminação pública para a segurança em Curitiba. Ambos citaram emendas parlamentares ao orçamento de 2015 que foram recentemente atendidas, para sugerir que, além da pavimentação, a iluminação fosse contemplada. Pessuti deu o exemplo de novas lâmpadas nas vias em que passam ônibus: “com mais iluminação, os motoristas não são surpreendidos”.

Carla Pimentel apontou que há, nos bairros de Curitiba, eixos comerciais que seriam beneficiados por melhores condições de iluminação. Ignacio somou ao comentário a importância de câmeras de segurança, como aquelas que serão instaladas em Santa Felicidade por meio de emenda parlamentar de autoria do vereador. Outro comentário sobre o debate da segurança pública partiu de Chicarelli (PSDC) que disse estranhar ter telefonado ao 153 (número da Guarda Municipal) “e quem pegou o telefone dizer que não iam atender a ocorrência por falta de efetivo”.
 
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