Segurança no transporte coletivo será debatida em audiência
A Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública reuniu-se nesta quarta-feira (9) para debater a segurança no transporte público de Curitiba. A realização de uma audiência pública para discutir ações específicas voltadas aos ônibus, terminais e estações-tubo foi um dos encaminhamentos do encontro, que reuniu a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), a Guarda Municipal e sindicatos. A audiência será realizada no dia 15 de setembro e serão convidados representantes da Urbs, da Secretaria de Estado da Segurança e de representantes das polícias Militar e Civil.
Entre outros itens abordados hoje, está a necessidade de efetivar o uso do chamado “botão do pânico”, tanto nos ônibus da capital quanto na região metropolitana. “Precisamos de uma integração desse sistema para que, quando o motorista ou o cobrador forem vítimas de um assalto, não precisem sair apavorados atrás de um telefone para chamar a polícia, sendo que este sistema já poderia estar interligado com a Guarda Municipal para que essa deslocasse uma viatura para atender a situação”, sugeriu o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Rogério Campos (PSC).
Para Campos, é necessário dar uma resposta à sociedade. “São muitos casos de arrastões, os bandidos já tomaram gosto. Antes a maioria das vítimas eram cobradores, agora se tornou comum entrarem nos ônibus. Não podemos deixar que Curitiba fique como São Paulo ou Rio de Janeiro”. “Já temos uma perda de usuários, agravada pela questão tarifária e ainda vítimas de violência, precisamos de ações efetivas de segurança”, reforçou o vereador Goura (PDT).
Na reunião também foi apontada a necessidade de conscientizar a população sobre as denúncias em casos de assédio sexual dentro dos ônibus, além do registro de boletins de ocorrência sobre assaltos e furtos nos coletivos e estações-tubo. “Não temos como colocar um guarda municipal dentro de cada ônibus. A população pode ajudar denunciando, uma simples suspeita para nós é suficiente para fazermos uma abordagem”, afirmou o Inspetor da Guarda Municipal, Wagnelson de Oliveira. “Poderíamos cobrar o Executivo para que chame parte do candidatos aprovados no último concurso da Guarda Municipal e retorne as viaturas específicas para atendimento do transporte coletivo”, pediu Rejane Sobreiro, do Sindicato da Guarda Municipal (Sigmuc).
A vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) destacou como foi o trabalho da GM em relação aos casos de assédio às mulheres dentro dos ônibus, que passaram a fazer mais denúncias. “É um trabalho muito eficiente, pois houve um aumento das queixas das usuárias do transporte coletivo sobre situações de abuso”, relatou.
“Os números da violência contra a mulher são muito altos, mas temos dificuldade de identificar os impactos na trabalhadora como doença laboral”, acrescentou Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).
Câmeras de monitoramento
A instalação de câmeras de monitoramento dentro dos ônibus foi sugerida pelo vereador Ezequias Barros (PRP). Sobre isso, o presidente da Comec, Omar Akel, informou que já estão sendo instaladas câmeras em alguns terminais da região metropolitana e que há estudos para ampliar esses equipamentos para outros terminais e também para os veículos. “Precisamos dar mais condições de segurança para os trabalhadores e para os usuários”, disse. “Mas essas imagens precisam ser disponibilizadas quando for necessário”, pontuou Anderson Teixeira. “Não podem ser apenas para fiscalizar o operador”, disse.
Também participaram da reunião representantes do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) e da Associação Metrocard.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba