Segurança alimentar e nutricional é debatida

por Assessoria Comunicação publicado 12/11/2007 18h05, última modificação 18/06/2021 07h47
“Nossa sociedade é uma máquina de desigualdades. Por isso, para assegurar o direito básico da alimentação, é preciso promover ações articuladas do governo com a sociedade civil.” A opinião é do professor Renato Maluf, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), durante o seminário “Segurança Alimentar e Nutricional: Cenários do Brasil e Paraná”, realizado nesta segunda-feira (12), no auditório do Anexo II da Câmara de Curitiba. O evento, promovido pelas Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil), contou com o apoio do vereador André Passos (PT).
Segundo Maluf, a segurança alimentar e nutricional é o cumprimento do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.
O objetivo do Consea, informou, é avaliar a situação, sugerir ações e melhorar a integração entre os conselhos locais. “O direito à alimentação é parte dos direitos fundamentais da humanidade, definidos por pacto mundial do qual o Brasil é signatário. Cada país, porém, deve estabelecer suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos, garantindo a alimentação para toda a população, mantendo a soberania alimentar e respeitando as características culturais dos povos”, destacou o professor, acrescentando que os indicadores apontam para a diminuição da pobreza.
Paraná
A segurança alimentar e nutricional no Estado foi abordada pela professora Silvia do Amaral Rigon, do Consea-PR. “O Paraná é o segundo produtor nacional de grãos, mas, mesmo assim, temos muitas pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza”, disse, lembrando as dificuldades encontradas pelas comunidades indígenas e negras de acesso à terra e alimentação adequada.
Já a nutricionista Maria Teresa Gomes de Oliveira Ribas, do mesmo órgão, falou das mudanças na sociedade, apontando que cada vez mais a mulher trabalha fora do domicílio e utiliza alimentos industrializados nas refeições da família, fazendo com que cresçam os níveis de sobrepeso. Informou, entretanto, que a unificação dos cadastros das famílias inscritas em programas governamentais no Paraná, entre eles o Leite das Crianças e outros, de merenda orgânica, horta comunitária e cantina saudável, está melhorando a realidade alimentar e nutricional da população.