Secretária expõe nova gestão de resíduos sólidos na capital

por Assessoria Comunicação publicado 14/11/2018 16h05, última modificação 03/11/2021 08h30

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) recebeu, na sessão plenária desta quarta-feira (14), a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias, que veio ao Legislativo explicar como deverá ocorrer o novo modelo de concessão para o tratamento de resíduos e disposição final de resíduos sólidos para a capital e os outros 22 municípios que integram o consórcio intermunicipal para gestão de lixo urbano. O convite à secretária foi feito pelo presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB), para dar aos vereadores “entendimento melhor ao objeto desse contrato”, conforme pontuou.Com um prazo total de 27 anos, a licitação prevê valor máximo de R$ 2.279.268.105,00. Para este contrato, está previsto um sistema integrado e descentralizado de tratamento do lixo comum (excluindo o material da coleta seletiva) desde a recepção, triagem mecanizada, transbordo, transporte secundário, tratamento dos resíduos e disposição final. Na próxima segunda-feira (19), uma audiência pública será realizada no Salão de Atos do Parque Barigui, às 19h, para debater o tema. A minuta do edital de licitação, que deve ser publicado no mês de dezembro, pode ser conferido aqui.No modelo atual de transbordo e destinação do lixo, nos aterros sanitários na Cidade Industrial de Curitiba e em Fazenda Rio Grande, o custo do serviço chegaria a R$ 3.452.269.483,31 para o mesmo prazo. No modelo proposto para a nova licitação, será de R$ 3.315.963.717,28, uma economia de R$ 136 milhões, em 25 anos. “Foram estudados 22 cenários diferentes. Chegamos nesse melhor modelo com ganho financeiro e ambiental”, ressaltou Marilza.

Com a metodologia, a intenção é reduzir em 57% os resíduos dispostos em aterros sanitários no prazo de 5 anos. Para 10 anos, o objetivo é de que apenas 10% do que é considerado rejeito seja despejado em aterros. Além disso, a nova modalidade de tratamento poderá gerar economia de recursos elétricos e hídricos, além de levar ao aproveitamento energético, com a produção de biodiesel e biogás, garante Marilza Dias.

De acordo com a chefe da pasta, os dois aterros em funcionamento atualmente têm vida útil máxima de oito anos, por isso a necessidade “urgente” de um novo modelo de gestão de resíduos. Segundo Marilza, objetivo é diminuir as distâncias percorridas com o lixo em caminhões e melhorar o aproveitamento do material recolhido. “O Brasil enfrenta dificuldades em implementar um novo modelo, porque existe um grande lobby dos "aterristas", porque gera muito ganho e é mais fácil. Mas persistimos em buscar o avanço”, frisou.

Durante o debate sobre o assunto, Marilza Dias respondeu o questionamento de Professora Josete (PT) sobre os ganhos da nova modalidade de gestão dos resíduos, especialmente em se “diminuir os passivos ambientais”. Além disso, explicou que o contrato será único, para não prejudicar o trabalho, caso haja problemas em uma das unidades de tratamento e “pela flexibilidade, para que as empresas apresentem diferenciais tecnológicos e de localização”, disse.

A Chicarelli (DC), Marilza Dias salientou que, mantendo o modelo atual de manejo de resíduos, o custo ficaria cada vez mais caro. “Temos que buscar a vantagem, o grande ponto é o ganho ambiental, mas [que nesse caso] não vai custar mais caro”, garantiu. Também participaram do debate os vereadores Helio Wirbiski (PPS), Maria Leticia Fagundes (PV), Mauro Bobato (Pode), Noemia Rocha (MDB), Oscalino do Povo (Pode), Professor Silberto (MDB) e Tito Zeglin (PDT).