Secretária diz que precisa da UPA Fazendinha como retaguarda
Reunião da Comissão de Saúde com a gestora do SUS em Curitiba, na sede da Secretaria Municipal. (Foto: Michelle Stival/CMC)
“O volume de crianças [doentes] aumentou significativamente em abril e maio”, disse Beatriz Battistella Nadas, justificando a reorganização do SUS em Curitiba, nesta quinta-feira (30), aos vereadores Noemia Rocha (MDB), Pastor Marciano Alves (Solidariedade) e Oscalino do Povo (PP), da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A reunião deles com a secretária municipal da Saúde aconteceu pela manhã, na sala de reuniões da pasta. Perguntada sobre o motivo da UPA Fazendinha ainda não ter sido reaberta à população, Beatriz Nadas explicou que o agravamento das doenças respiratórias, comum a essa época do ano, somado ao teste de imunidade das crianças ao deixarem o isolamento social, pressionou o Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade.
A secretária Beatriz Nadas informou que, para reforçar o atendimento pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie e do Hospital de Clínicas da UFPR, foi preciso transformar o Hospital do Bairro Novo em unidade de retaguarda para aquelas instituições de saúde, levando para lá casos de menor complexidade clínica. Só que a unidade já funcionava como retaguarda do Hospital do Idoso, que precisou ser realocada para a UPA Fazendinha, logo no momento em que se cogitava reabrir a unidade à população. “Uma das vantagens do SUS em Curitiba é justamente termos esse sistema integrado”, destacou. Sobre a superação dessa etapa, a gestora da Saúde disse que “vai depender da demanda”. Ela lembrou que, com a pandemia, as crianças estiveram pouco expostas aos outros vírus que não a covid-19, que agora voltaram a circular.
A reabertura da UPA Fazendinha era um dos cinco assuntos pautados para a reunião, que foram expostos pela presidente da Comissão de Saúde, Noemia Rocha (MDB), no início do encontro. Um dos temas que mais foi debatido foi a questão da normalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em virtude da interrupção unilateral e sem aviso, pela OZZ Saúde, no dia 10 de maio, de suas obrigações contratuais. “Eles fecharam as portas, abandonaram a operação”, disse Beatriz Nadas, para explicar o inusitado da situação.
De um dia para o outro, ela relatou, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) se viu obrigada a lidar com 152 condutores de ambulância que tinham salários atrasados. Do diálogo com a categoria, o Samu continuou operando e uma semana depois já havia um contrato emergencial com a Santé, que readmitiu a maioria desses trabalhadores. Para regularizar os salários, a Prefeitura de Curitiba buscou a Justiça e se ofereceu para quitar os atrasados, sendo que essa situação ainda se arrasta, pois a OZZ não deixou documentos trabalhistas suficientes para que seja calculado o devido aos trabalhadores. “A população não sentiu sequer um dia sem ambulâncias na cidade”, comemorou.
Duas demandas apresentadas pela Comissão de Saúde foram recebidas e despachadas pela secretária Beatriz Nadas, que se comprometeu a estabelecer diálogo com o Conselho Regional de Farmácia (CRF), para que o CRF apresente a proposta de acompanhamento desses profissionais no serviço público da cidade. A outra foi que a SMS irá conferir os termos do SUS para fornecimento de próteses de cabeça e pescoço para pacientes com câncer, já que uma organização social procurou a Câmara de Curitiba apresentando bons resultados em Santa Catarina com esse projeto.
A última demanda foi sobre a revisão do plano de carreira dos agentes comunitários de saúde e dos agentes comunitários de combate a endemias, que apresentaram à Comissão de Saúde pedidos de melhoria salarial, pagamento de insalubridade e de vale-refeição. Sobre esse tópico, Beatriz Nadas disse que o plano será tratado junto ao do funcionalismo, que está em elaboração pelo Executivo. A respeito da insalubridade, destacou que há ausência de uma normativa embasando o pagamento, mas que isso pode mudar num futuro próximo, pois o Ministério da Saúde estaria discutindo uma Proposta de Emenda Constitucional para corrigir essa lacuna. “Hoje, não encontramos respaldo”, afirmou.
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