Salamuni anuncia nova proposta de CPI do transporte coletivo
Nova proposta de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), relativa às atividades das empresas da Rede Integrada do Transporte Coletivo de Curitiba, foi debatida e aprovada nesta quarta-feira (26), na Câmara Municipal. O presidente, vereador Paulo Salamuni (PV), que já havia anunciado ontem a concordância dos demais vereadores em relação ao tema, trouxe a público um novo requerimento mais abrangente (número 049.00003.2013).
"Ampliamos o número de integrantes da CPI e procuramos definir, de modo mais claro, os temas que serão investigados", esclareceu Salamuni.
O vereador explicou que as atividades da CPI terão início às 11 horas desta sexta-feira (28) e realizará suas atividades em um prazo de 90 dias, que podem ser prorrogáveis por mais 90 dias. “A Comissão Parlamentar de Inquérito contará com a participação de 13 vereadores titulares a serem indicados pelas lideranças até amanhã (27), respeitando a proporção partidária entre blocos".
A CPI pretende investigar indícios de lucro excessivo e irregularidades no processo licitatório, bem como a suspeita da falta de recolhimento de ISS pelas empresas da Rede Integrada do Transporte Coletivo de Curitiba. Além destes temas, a CPI também se dedicará a investigar os contratos de concessão do serviço de transporte coletivo e seus aditivos. O Fundo de Urbanização de Curitiba também passará por análise. O texto do requerimento ainda esclarece que a CPI se propõe a investigar irregularidades na Rede Integrada de Transporte Coletivo como um todo.
Salamuni lembrou que todas as reuniões da CPI serão públicas e, no entendimento da Casa, a presença de representantes do Ministério Público seria saudável e bem-vinda.
Irregularidades
O texto de justificativa traz a informação de que os mesmos concessionários que já exploravam o Serviço de Transporte Coletivo há décadas foram novamente vitoriosos na licitação, o que configura um indício de irregularidade. A CPI também se dedicará a analisar a planilha da tarifa. Nem a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS) nem a prefeitura de Curitiba sabem comunicar o exato número de usuários do serviço de transporte coletivo por dia. Tal circunstância, segundo a justificativa do requerimento, é agravada pelo fato de que as empresas concessionárias não forneceram à URBS os relatórios gerenciais, balancetes e balanços relativos às atividades das empresas.
"A abertura da CPI para investigar eventuais problemas, tanto sobre os indícios de lucro excessivo nos contratos de concessão como no que diz respeito à planilha de cálculo tarifário das empresas da rede Integrada de Transporte Coletivo de Curitiba, é uma atitude que vem ao encontro do interesse público. Lembremos que recentemente a Câmara repassou 10 milhões de reais em verbas da Casa à Prefeitura para subsidiar o transporte coletivo", destacou Paulo Salamuni.
Funcionamento
Conforme estabelece o Regimento Interno da Câmara Municipal, a Comissão Parlamentar de Inquérito tem poder de investigação próprio das autoridades judiciais e é criada mediante requerimento assinado por, no mínimo, 13 vereadores (1/3 do total de cadeiras). O número de membros e a duração dos trabalhos são variáveis, sendo definidos no requerimento de instalação.
Assim que protocolado, o requerimento é despachado imediatamente pelo presidente, que determina a publicação no diário da Casa. A única exceção a esta regra é se já houver três CPIs em atividade, o que impede a criação de uma quarta investigação.
Após a publicação, os líderes partidários devem indicar os membros que integrarão a CPI, observada a proporcionalidade dos partidos ou dos blocos parlamentares com assento na Câmara. No Legislativo de Curitiba, atuam 10 partidos políticos e três blocos (DEM-PTB, PRB-PSL, PMN-PSD).
Considerando a composição atual, tem prioridade na indicação de membros os seguintes partidos ou blocos, por ordem: PSC, PSDB, PSB, bloco PTB-DEM, PPS, PT, PV, PDT, PP, PRB-PSL, PMN-PSD, PSDC e PMDB.
O presidente e o relator serão escolhidos na sessão de instalação, presidida pelo parlamentar mais idoso. Se os membros da CPI assim desejarem, podem escolher um vice-presidente e um vice-relator. A CPI poderá realizar diligências (ir até lugares para checar dados e informações), convidar autoridades, solicitar informações e requisitar documentos.
A apuração deve resultar em um relatório final, tendo a opção de encaminhar a investigação ao Ministério Público para que a instituição avalie ações nos âmbitos civil e criminal. A CPI também pode fazer sugestões e recomendações à Prefeitura de Curitiba ou outros órgãos relacionados.
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