Risco de nova bandeira vermelha gera manifestações dos vereadores de Curitiba
Com a pandemia, as sessões da CMC são feitas por videoconferência. Na foto, Indiara Barbosa. (Foto: CMC)
Com a subida dos indicadores de monitoramento da pandemia do coronavírus em Curitiba, e manifestações à imprensa da secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, sobre a possibilidade da cidade ter nova bandeira vermelha, o tema foi discutido pelos vereadores, nesta segunda-feira (17). Prometendo voltar ao assunto nas próximas sessões da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Denian Couto (Pode) afirmou que “não há ambiente político, econômico e social” para mais restrições ao ir e vir e à atividade empresarial e na cidade.
“Na última semana, foram fechados 90 leitos [dedicados a pacientes da covid-19]. Em primeiro lugar, precisam ser reabertos. Não há como retroceder sem que a prefeitura antes faça o seu dever de casa”, opinou Couto. Ele fez o comentário após elogiar a aprovação, em plenário, de sugestão ao Executivo protocolada pelo Professor Euler (PSD), cujo teor trata de “suspender [durante a situação de emergência] a notificação de imóveis que não tenham o CVCO” ou que fizeram ampliações sem projeto (203.00249.2021).
Euler disse buscar uma “trégua” entre os cidadãos e o Executivo, pelas dificuldades operacionais e financeiras causadas pela pandemia. “Uma trégua até as pessoas se restabelecerem e ser mais fácil fazer os recursos [administrativos] e arcar com os custos [de eventuais multas]”, disse. “O poder público precisa ter empatia”, concordou Denian Couto. Pouco antes, Flávia Francischini (PSL) havia dito que, se Curitiba entrar novamente em bandeira vermelha, a situação “vai gerar mais falências”.
“80% das empresas do setor de eventos fechou as portas”, disse Indiara Barbosa (Novo), para depois criticar a Prefeitura de Curitiba pela inauguração do Memorial Paranista e do Jardim das Esculturas, no Parque São Lourenço, na semana passada. A repercussão do ato pela imprensa, com imagens de várias pessoas dividindo o espaço de um ambiente pequeno, foi tratada pelos pelos parlamentares. “Se a sociedade não pode realizar eventos, a prefeitura deveria avaliar melhor [o que faz]”, continuou a parlamentar, dizendo que o ocorrido causou “indignação”.
Nori Seto (PP), na mesma linha, afirmou que após a atividade, protocolou indicação à Prefeitura de Curitiba pedindo a liberação das casas de eventos e dos buffets infantis, pois a inauguração teria sinalizado um aval do poder público a esse tipo de atividade. “Nada mais justo que autorizar o setor a funcionar”, afirmou o vereador.
Sem entrar na polêmica, mas antevendo a bandeira vermelha, Hernani (PSB) teve aprovada, pelo plenário, sugestão para que academias, estúdios de pilates e clínicas de fisioterapia sigam abertas mesmo com uma escalada das medidas restritivas (203.00250.2021). O vereador sugere que os lugares estejam aptos a receber somente os já vacinados: “os idosos, por exemplo, necessitam de ter esses centros de fisioterapia abertos para a manutenção da sua própria saúde”.
Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los e submetidas ao plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.
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