Rischbieter, ex-ministro da Fazenda, dará nome a logradouro público
Nesta quarta-feira (17), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou por 28 votos favoráveis, em segundo turno, o projeto de lei de Helio Wirbiski (PPS) que dá o nome de Karlos Heinz Rischbieter a um logradouro público da cidade (009.00012.2018). Estavam presentes à sessão os filhos do homenageado, Monica e Luca. “Rischbieter foi uma pessoa que deixou grandes demonstrações do que é ser um estadista. Atuava em várias áreas, mas principalmente em favor do nosso estado do Paraná”, afirmou o proponente da homenagem.
O autor disse ter orgulho de ser o responsável pela proposta que, segundo ele, é singela e tardia. Karlos Rischbieter nasceu em Blumenau (SC) em 24 de outubro de 1927. Formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1952, na chamada "turma do Ney Braga" – referência a seus companheiros de curso que viriam a ocupar postos importantes no governo de Ney Braga no início dos anos 1960, tais como Afonso Camargo e Saul Raiz. Em 1962, entrou por concurso público na recém-fundada Companhia de Desenvolvimento do Paraná (Codepar), estatal que veio a presidir em 1965. Dez anos depois, foi convidado pelo secretário da Fazenda do governador paranaense Parigot de Sousa, Maurício Schulman, para assumir a presidência do Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep).
Em 1974, por indicação do ministro da Educação, Ney Braga, Rischbieter assumiu a presidência da Caixa Econômica Federal (CEF), posto que exerceu até fevereiro de 1977. “Durante sua gestão, a Caixa apresentou uma expansão acelerada, com um crescimento dos depósitos reais de aproximadamente 120%”, diz a justificativa da matéria. Exerceu o cargo de presidente do Banco do Brasil de fevereiro de 1977 a março de 1979, quando foi nomeado ministro da Fazenda pelo presidente João Batista Figueiredo, cargo que ocupou até janeiro de 1980. Durante sua gestão no Banco do Brasil, defendeu a criação de um Ministério da Economia.
Ainda de acordo com a justificativa, o homenageado foi casado com a engenheira Francisca Maria Garfunkel Rischbieter, com que teve dois filhos. Sua esposa, falecida em 1989, era engenheira da prefeitura de Curitiba e foi uma das responsáveis pela implantação do plano de reurbanização da cidade em 1971. Em 1994, Karlos Rischbieter casou-se com Rosa Maria Beltrão. Publicou “Paul Garfunkel - um francês no Brasil” (edição bilíngüe francês-português, 1992), biografia ilustrada sobre a trajetória do artista [que era seu sogro], e foi tradutor de obras do poeta alemão Rainer Maria Rilke.
Julieta Reis (DEM) parabenizou Helio Wirbiski pela iniciativa e enalteceu o nome de Rischbieter. “O mais paranaense de todos os catarinenses”, disse ela que também destacou a importância de sua primeira esposa, Francisca. Para Felipe Braga Côrtes (PSD), o homenageado é um exemplo de que em outras épocas os agentes administrativos eram escolhidos a dedo e sugeriu que o logradouro mais adequado para receber a denominação seria uma escola.
Também em apoio à proposta, Oscalino do Povo (Pode) acredita que Rischbieter, onde estiver, está contente com a homenagem. “Fez muito pelo Paraná”, disse. Para Jairo Marcelino (PSD), que conviveu por anos com o homenageado, os vereadores estão orgulhosos em votar positivamente no projeto. “Às vezes uma cidade perde e outra ganha. Blumenau perdeu e Curitiba ganhou com a presença de Rischbieter”, complementou Tito Zeglin (PDT). De acordo com ele, a história é contada todos os dias e é obrigação da CMC contar a história de pessoas como Rischbieter. “Um homem que honrou Curitiba, o Paraná e o Brasil”, finalizou. A iniciativa agora segue para sanção do prefeito.
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