Ressocialização de detentos: Instituto Redirect terá Utilidade Pública

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 02/04/2024 14h50, última modificação 02/04/2024 14h52
Câmara de Curitiba aprovou a Utilidade Pública Municipal ao Instituto Redirect em 1º turno.
Ressocialização de detentos: Instituto Redirect terá Utilidade Pública

Vereadores Indiara Barbosa e Márcio Barros posam com voluntários do Instituto Redirect. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta terça-feira (2), em primeira votação unânime, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) acatou projeto de lei para conceder a Declaração de Utilidade Pública ao Instituto Redirect. Autora da proposição, a vereadora Indiara Barbosa (Novo) explicou que a organização sem fins lucrativos “atua com o objetivo de ressocializar detentos que estão, prioritariamente, cumprindo pena em regime fechado, a fim de que estes tenham uma segunda oportunidade quando regressarem ao convívio social”.

Atualmente, prosseguiu Indiara, voluntários do Instituto Redirect atuam junto à Penitenciária Feminina de Piraquara, ao Centro de Integração Social de Piraquara (CIS), “para onde as detentas vão após cumprirem pena”, e ao Complexo Médico Penal Dentre as ações realizadas, explicou a autora, estão o projeto “Música que Liberta”, com aulas de violão e violino, “despertando vocações e talentos”, além de iniciativas voltadas à capacitação profissional e à saúde das mulheres (confira o relatório de atividades).

A vereadora pontuou que a Utilidade Pública ainda é necessária para que a entidade possa firmar convênios e acessar recursos públicos “que às vezes já estão disponíveis, que nada mais são do que impostos que a gente mesmo paga e podem ser destinados a projetos que vão fazer o bem, ajudar a nossa sociedade”. Ela relatou ter conhecido a atuação do Redirect por meio do deputado estadual Fabio Oliveira (Pode), “que também vai fazer todo o processo para que eles consigam a Utilidade Pública Estadual”.

“Eu acho importante a questão da ressocialização do preso, […] eu sempre defendi que o preso tem que trabalhar”, apoiou Rodrigo Reis (sem partido). Para Nori Seto (PP), uma das prerrogativas do mandato parlamentar é apoiar as entidades “que fazem a diferença” para a sociedade.

O vereador Jornalista Márcio Barros (PSD) avaliou que o trabalho com as detentas é ainda mais complexo “porque muitas mulheres presas estão lá por conta dos laços afetivos”. “Incentivar este projeto não tem nada a ver com impunidade, tem a ver com ressocialização”, parabenizou. Na opinião de Tico Kuzma (PSD), “mudou bastante a ressocialização dos presos dentro de programas e com bastantes parcerias, [...] justamente buscando esta ressocialização dos presos”.

Com 21 votos “sim” na análise em primeiro turno, o projeto de lei retorna à ordem do dia da Câmara Municipal, na sessão desta quarta (3), para a confirmação pelo plenário (014.00025.2023). O debate foi acompanhado, nesta manhã, pelo presidente do Instituto Redirect, Luis Carlos de Magalhães, e os voluntários Taís Souza Coelho, Nicolas Almeida, Ester Cordeiro de Souza e Kauê Cordeiro de Souza.