Relatório da Saúde mostra ações do segundo quadrimestre

por Assessoria Comunicação publicado 25/09/2012 17h10, última modificação 03/09/2021 09h29

O bloco de média e alta complexidade ainda representa o maior percentual de despesas da Secretaria Municipal da Saúde, com 40,38% dos gastos no segundo quadrimestre do ano, de acordo com a prestação de contas feita em audiência pública nesta terça-feira (25), na Câmara de Curitiba. A Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Meio Ambiente da Casa recebeu cópias dos relatórios do período para cada parlamentar e a titular da pasta, Eliane Chomatas, com a equipe técnica, mostrou detalhados o montante e a fonte de recursos aplicados no período e a oferta de serviços públicos na rede assistencial própria, contratada e conveniada.
De maio a agosto, a secretaria investiu no bloco de média e alta complexidade recursos de mais de R$ 162 milhões. Em todo o segundo quadrimestre, para as demais ofertas de serviços públicos, a pasta trabalhou com um orçamento total de R$ 876 milhões.
A execução de planos de enfrentamento específico na área de saúde mental, com a transformação da abrangência dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) e ampliação do atendimento às condições de enfermidades crônicas, como hipertensão arterial, foram alguns dos destaques apresentados no setor de ações e serviços. Outras questões sobre procedimentos individuais e coletivos verificados em unidades de saúde foram debatidas entre a secretária e vereadores, logo após a explanação.
Ações
Durante o segundo quadrimestre, a secretaria promoveu a ampliação de pronto atendimento odontológico em várias unidades, implantou novos equipamentos de RX digital, inaugurou as unidades do Tingui e Uberaba de Cima, encaminhou os processos de construção das unidades do Jardim Aliança, Coqueiros e Campo Alegre e de reconstrução das unidades do Xaxim e Sabará. Também promoveu a atualização do protocolo do programa Mãe Curitibana.
O relatório forneceu dados sobre cada uma das áreas em que se divide a atuação da pasta, que abrange desde a atenção básica, saúde da família, vigilância da qualidade da água para consumo, gerenciamento de resíduos, vigilância sanitária, ações contra a dengue, atendimentos de urgência, emergência e hospitalar e gestão de problemas de saúde como a hipertensão arterial, diabete, aids e doenças sexualmente transmissíveis, entre outras.
Na área de saúde da criança, a grande conquista, segundo a secretária Eliane Chomatas, foi a implantação de cirurgias de otorrinolaringologia, especialidade que trata das doenças do ouvido, nariz, seios paranasais, faringe, laringe, cabeça e pescoço.
A Central 192, que atende o sistema de urgência e emergência, foi ampliada. Em saúde mental, ocorreu a implantação do primeiro Centro de Atendimento Psicossocial III, Centro Vida, com execução do plano municipal de enfrentamento às drogas.
Dentre as patologias, a hipertensão arterial tem sido a mais requisitada, com mais de 120 mil atendimentos no quadrimestre. Para melhorar a oferta do serviço, a secretaria implantou um equipamento de eletrocardiograma digital. O Hospital do Idoso está realizando atendimento multiprofissional com capacitação da equipe em doenças crônicas, pé diabético e autocuidado.
Os problemas femininos específicos foram atendidos pelo programa Mulher de Verdade e por meio da Ouvidoria, que recebeu 14.261 manifestações.
A potabilidade da água consumida pelos curitibanos está dentro dos padrões. De um total de 2.767 amostras coletadas no período, apenas três locais apresentaram presença poluidora. Nestes casos, a Sanepar foi notificada.
A chefe de gabinete, Inês Kultchek Marty, acompanhou toda a audiência ao lado da superintendente de gestão, Anna Paula Lacerda Penteado. Pelo Centro de Controle, Avaliação e Auditoria, compareceu Olga Regina Cotovicz de Deus. Representaram o Centro de Informação em Saúde (CIS), Raquel Ferraro Cubas; Centro de Epidemiologia, Karin Regina Luhm; Centro de Saúde Ambiental, Luiz Antonio Bittencourt Teixeira, e Centro de Assistência à Saúde, Beatriz Battistella Nadas. O chefe do núcleo financeiro, Edgar Lopes Júnior, fez o demonstrativo das receitas e despesas por categoria econômica.

Box

Após acompanhar a exposição do balanço do quadrimestre, os vereadores fizeram uma série de questionamentos à secretária da Saúde. Saiba os principais temas abordados e as respostas apresentadas.
Falta de medicamentos
As situações em que houve falta de medicamentos foram pontuais e não são por falta de planejamento ou recursos. “Fomos prejudicados pela greve de servidores na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fez com que faltassem remédios em todo o país. Houve falta de insulina, por exemplo, que é um insumo transferido pelo Ministério da Saúde”, informou Eliane Chomatas.
Consultas com médicos especialistas
As demandas por especialidades médicas estão sendo supridas nos mutirões, tanto as consultas eletivas quanto as cirurgias. Somente nos últimos meses, foram realizadas 2.400 consultas ortopédicas e 1.400 dermatológicas, em parceria com a Santa Casa. “Conseguimos superar as dificuldades nas consultas e cirurgias de otorrinolaringologia, por meio dos prestadores de serviço contratados. Estamos trabalhando para aumentar o número de consultas especializadas, mas suprir esta demanda é um desafio em todo o Brasil, não só em Curitiba. A greve do Hospital de Clínicas, por exemplo, prejudicou o planejamento da secretaria, pois lá estavam previstas a realização de 500 consultas mensais. Entretanto, em alguns casos, as demandas são maiores que a oferta existente na cidade, pois há déficit na formação de médicos em algumas especialidades”, respondeu.
Demora nas consultas
O SUS ainda não padronizou o prazo para que uma consulta eletiva tenha que ser realizada. Foi criada uma meta para o município, para que 80% das consultas fossem realizadas em menos de 90 dias. De acordo com a secretária, foi possível superar essa meta, atendendo 87% das consultas dentro do prazo. A principal dificuldade está na ortopedia, e isso é no Brasil inteiro. Há uma epidemia de traumas, principalmente em razão dos acidentes de trânsito.
Atendimento de saúde mental
Esse tipo de atendimento é prestado nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) espalhados pela cidade, que têm por objetivo oferecer atendimento à população em um cuidado intensivo, comunitário, realizando acompanhamento clínico, terapêutico, de reinserção social e fortalecimento dos laços familiares. “Estamos trabalhando para que esses equipamentos, que atendem pessoas com transtornos mentais, sejam transformados em Caps tipo três, que são mais abrangentes e não têm característica de internamento, mas de atendimento continuado”.
Regiões em crescimento
O planejamento acontece de acordo com o crescimento da cidade. Está sendo revisto o atendimento em regiões como o Bairro Novo e o Tatuquara, que têm recebido muitos empreendimentos imobiliários. A princípio, está sendo feito reforço nas equipes, como nas unidades de saúde Rio Bonito e Monteiro Lobato, mas também há planejamento para novos equipamentos, assim como no 23 de Agosto e no Osternack.
Laboratório municipal
A construção do novo Laboratório, no bairro Portão, está em fase final. No prédio antigo, que fica no Parolin, está prevista a criação de uma casa de abrigamento provisório.
Novos hospitais
Está sendo programada a construção de um hospital na região norte da cidade, que também atenderá a região metropolitana. Já foi definido o terreno e a obra foi pactuada com o governo do estado. Será um hospital geral, adulto e pediátrico, com pronto socorro. Ao lado do hospital está prevista a criação de um centro regional de especialidades. Os hospitais do homem e da mulher estavam previstos no plano de governo, mas, como houve bloqueio de recursos por parte da gestão estadual anterior, as obras foram postergadas.
Hospital do Idoso
A rede de saúde é bem organizada, cada equipamento tem sua função e o atendimento é hierarquizado. Este hospital existe para atender os casos mais complexos. Isso é difícil para as pessoas entenderem. Houve reclamações de um idoso que precisava de uma inalação, que é um atendimento da rede básica, não deve ser feito no hospital. Para solucionar isso, foi realizado um trabalho educativo. Não é possível mandar os 54 mil diabéticos da cidade pra lá, somente os casos mais graves. A média de idade de internação é de 75 anos, o que faz com que se tenha uma média maior de óbitos, porque os pacientes são mais debilitados. Isso não significa que houve mau atendimento, pois a assistência é prestada da melhor forma possível.
Enfrentamento ao crack
Com relação à política de combate ao crack, o município conta com ações de enfrentamento pautadas por três pilares principais: repressão, prevenção e recuperação. A criação do comitê de prevenção e reinserção social, anunciado no lançamento do movimento Liga do Bem, em julho desse ano, considerado o maior programa de mobilização no que diz respeito ao combate às drogas, irá intensificar as ações na área de tratamento e proteção aos usuários de drogas e seus familiares, focando, ainda, no aprimoramento dos servidores públicos que atuam diretamente com a população curitibana.