Rejeitada nova convocação a presidente da Urbs; líder o convida
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) rejeitou, nesta terça-feira (7), novo pedido de convocação do presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, para prestar esclarecimentos sobre o reajuste tarifa técnica do transporte coletivo. Assinado por vereadores independentes e da oposição, o requerimento teve 19 votos contrários, 8 favoráveis e 1 abstenção (063.00002.2018). Segundo o líder da maioria, Pier Petruzziello (PTB), ele virá à Casa na sessão da próxima terça (14), a seu convite.
Em junho, uma tentativa de convocação de Maia Neto já havia sido derrubada. Na ocasião, a base disse que iria convidá-lo (leia mais). “Eu liguei para ele [presidente da Urbs] ontem à noite. Não temos nada a esconder, não podemos ter nada a esconder”, disse Petruzziello. “A convocação é diferente do convite porque se dá quase que fosse um regime de urgência, quando a pessoa não aceita o convite. Quero pedir desculpas porque eu não o convidei, eu como líder pequei. Veio o recesso, estávamos com questões partidárias. Se ele não vier na terça, eu assino o requerimento junto com a oposição. Serei o primeiro a assinar a convocação”, acrescentou.
Na segunda (6), quando o transporte coletivo foi um dos temas debatidos durante a sessão plenária, Felipe Braga Côrtes (PSD) propôs a apresentação de um novo requerimento para a convocação de Maia Neto, com o entendimento que o acordo para o convite não havia sido cumprido. O vereador comentava o reajuste da tarifa técnica, retroativo a fevereiro - de R$ R$ 4,24 para R$ 4,71 (com o desconto da desoneração do diesel, caso contrário iria para R$ 4,82).
Braga Côrtes voltou a falar, nesta terça, sobre declarações do presidente da Urbs ao jornal “Gazeta do Povo” para se baratear o sistema, como estudos sobre alterações nas linhas de ônibus e na função dos cobradores. “Esta fórmula que vem sendo usada para a tarifa, independentemente de quem a fez, de foi o responsável pelo contrato, tem que ser revista. Não funciona mais fazer uma conta matemática em cima de uma suposição de passageiro”, avaliou o vereador. “Não vejo problema de uma convocação. Qual a diferença de uma convocação e dizer que está sendo convidado?”, completou.
“Convite a gente faz para tomar um cafezinho na lanchonete”, afirmou a líder da oposição, Noemia Rocha (MDB). “É um instrumento [a convocação] que nos cabe. Temos nós, enquanto parlamentares, representantes da população, muitas dúvidas, questionamentos.” Na mesma linha, Professora Josete (PT) avaliou que a convocação não é um “ato inquisitório”. “A sessão será extraordinária, com o fim específico de ouvir o convocado. Temos um rito que garante ao convocado tempo de prestar esclarecimentos e também aos vereadores de terem suas dúvidas esclarecidas. Existe um rito, uma ordem”, argumentou, em referência ao artigo 216 do Regimento Interno.
Goura também defendeu a aprovação do requerimento. “Outros secretários estiveram aqui e as conversas foram produtivas”, avaliou. Além dele, Braga Côrtes, Josete e Noemia, assinavam a convocação os vereadores Marcos Vieira (PDT), Professor Euler (PSD) - que fez o pedido para a votação ser nominal, e não simbólica - e Professor Silberto (MDB).
“Se terça-feira este homem não vier e você não assinar o requerimento junto com a oposição, vai correr o risco de ver meu nome na oposição”, disse Rogério Campos (PSC), que votou contra a proposição, para Petruzziello. Já Thiago Ferro (PSDB) apoiou a justificativa do líder e avaliou a convocação como “desnecessária”. Para ele, será reservado tempo suficiente, na próxima semana, para os esclarecimentos de Maia Neto.
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