Reforma na Previdência não tramitará com urgência, diz Serginho
Depois de a imprensa local noticiar que a Prefeitura de Curitiba planeja alterar a Previdência municipal, o presidente da Câmara de Vereadores, Serginho do Posto (PSDB), garantiu que os projetos do Executivo não tramitarão em regime de urgência. “Quero deixar todos tranquilos, dizer que vamos debater o tema com serenidade e seriedade. Faremos um debate muito franco, aberto e responsável, pois atinge todos os servidores de Curitiba”, comprometeu-se, nesta terça-feira (21), o parlamentar.
“Convocaremos todos os secretários municipais envolvidos, que terão que vir aqui e prestar contas sobre a necessidade da mudança”, adiantou Serginho do Posto. O presidente da Câmara confirmou a expectativa de essas mudanças serem protocoladas ainda nesta semana. Segundo a imprensa, as medidas que serão submetidas aos vereadores são aplicar às aposentadorias o teto do INSS (R$ 5,5 mil), a criação de um fundo de previdência complementar e o aumento da contribuição dos servidores e da prefeitura.
Durante a sessão plenária, Professora Josete (PT) e Pier Petruzziello (PTB) discutiram o assunto. “Na imprensa, falam em aumentar de 11% para 14% a contribuição dos servidores e de 22% para 28% a do patronal. Se a reclamação [da Prefeitura de Curitiba] era a de que não tinha condição de manter [o pagamento] dos 22%, como que propõem 28%? Eu tenho uma série de interrogações, especialmente com fundos complementares, que já deram problemas sérios no Banco do Brasil, na Caixa”, comentou a vereadora. “O momento é preocupante”, reforçou Professor Silberto (PMDB).
Josete enfatizou, na crítica às mudanças na previdência municipal, a falta de diálogo na elaboração da proposta. “Não foram debatidas com os sindicatos, dentro dos conselhos do IPMC [Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba]. O debate não foi feito, é uma medida de só um lado”, apontou. Na réplica, o líder do prefeito, Pier Petruzziello, disse que os sindicatos faltaram em reunião realizada na véspera no IPMC, para tratar das medidas. “Tenho a impressão que aquilo que é bom para o servidor é ruim para os sindicatos. Ontem teve reunião do conselho do IPMC, por que o representante não foi? Não mandou nem suplente”, protestou.
Ele e Josete trocaram acusações logo na sequência, pois a parlamentar disse que na ausência do membro titular, outro sindicalista, Juliano Soares, do Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba), tentou participar da reunião, mas foi barrado. “Tinha Guarda Municipal lá para não deixar entrar”, reclamou a vereadora. Na réplica, Pier disse que ele não era titular, nem suplente, do conselho do IPMC. “[O Juliano] é um sujeito preparado, mas não é membro [do conselho do IPMC], não é titular. Não pode participar da reunião, que não é reunião de boteco, da CUT, do MST”, rebateu Pier, alegando não ter havido violência, nem truculência.
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