Referendo sobre armas é debatido na Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 01/09/2005 19h25, última modificação 31/05/2021 11h33
Diversos vereadores discutiram, nesta quarta-feira (31), no plenário da Câmara Municipal de Curitiba, a questão do desarmamento. Para o vereador Paulo Salamuni (PV), é um tema bastante complicado, pois nem os parlamentares federais conseguiram decidir e passaram a escolha à população, através da participação direta, pelo referendo.
“A democracia é bela porque tem a tese de um lado, a antítese de outro e, juntas, chegam a uma síntese”, comentou o vereador, que acredita que a questão social do País não seja bélica, mas de desigualdades. “Não há arma, exército ou soldado que consiga deter a marcha quando mistura falta de emprego, saúde e segurança”, destaca.
Salamuni ressaltou que quem possui arma em casa pode ter apenas a sensação de segurança e, na tentativa de se proteger, pode antecipar uma tragédia. “Há ainda a questão de que hoje, muitos andam estressados, nervosos, e por um ‘esbarrão’ podem ocasionar uma tragédia, como, por exemplo no trânsito”, disse. Para o parlamentar, a arma não resolve o problema da criminalidade. “A polícia sempre foi armada e até hoje não resolveu a violência”.
O vereador Mario Celso Cunha (PSDB) contou que possui uma arma há mais de 30 anos e usou apenas duas vezes. “Há casos e casos. Nós vamos desarmar o homem do bem, aquele que busca arma no Paraguai, em Miami não será atingido. Somos a favor do desarmamento total, senão o bandido continua solto e armado”, justifica o líder do prefeito.
Mario Celso argumentou, ainda, que pode aumentar o número de estupros, por exemplo, porque, segundo ele, “a violência não vai diminuir e os bandidos irão buscar novas formas de atingir a sociedade”.
A lei
O vereador Paulo Salamuni destacou que, constitucionalmente, usar uma arma contra invasão dentro de casa é legal, desde que o invasor não possua mandado judicial. “Isso é legítima defesa, mas há o problema das crianças, que acabam matando os outros sem querer”.