Na manhã desta sexta-feira (6), a Câmara Municipal recebeu a psicóloga Michelli Duje e a nutricionista Richelle Gonçalves, ambas do Núcleo de Atenção à Saúde do ICS (Instituto Curitiba de Saúde), onde orientam pacientes com distúrbios alimentares ou que desejam perder peso. A convite do Setor de Medicina e Saúde Ocupacional da Casa, elas palestraram sobre reeducação alimentar, defendida pelas especialistas como uma melhor opção para a saúde que as dietas.

A chefe do Setor de Medicina e Saúde Ocupacional da Câmara, Liege da Fonseca Rocha, explicou que o tema da palestra foi escolhido por ser uma demanda dos servidores e funcionários. No entendimento da psicóloga Michelli Duje, a alimentação está associada ao prazer. “Muitas pessoas fazem uso da comida como calmante”, afirmou. Para ela, é necessário que haja uma conscientização quanto à influência do estado emocional nos hábitos alimentares, “para que se evite uma consequência negativa”. A palestrante ainda advertiu às pessoas obesas ou com problemas alimentares que não hesitem em procurar ajuda profissional psicológica: “De nada vale ingressar num procedimento de reeducação alimentar se a cabeça está divergente”.

A psicóloga mencionou que a sociedade atual impõe padrões de estética irreais que passam a ser a meta de muitos homens e mulheres. De acordo com Michelli, é necessário que as pessoas aceitem e cuidem dos seus corpos como eles são, até para não prejudicar sua autoestima. Boa comunicação sobre o tema, principalmente com crianças, e prática contínua de esportes também foram citados pela profissional do ICS.

Para a nutricionista Richelle Gonçalves, uma das consequências da má alimentação é o chamado “efeito sanfona”, que funciona como um círculo vicioso: dieta sem acompanhamento, perda de peso, ausência de terapia de manutenção, aumento do peso, efeitos psicológicos negativos, autoestima prejudicada e menor aderência à próxima dieta. Ela explicou a diferença entre dieta e reeducação alimentar. No caso das dietas, alimentos são proibidos, há culpa pelo consumo de certos alimentos, tempo para acabar a dieta e o efeito sanfona. Já na reeducação, alimentos em geral são permitidos. Além disso, trata-se de uma mudança para toda a vida, com a manutenção do peso.

“O Brasil é o quarto maior consumidor de açúcar no mundo, à frente dos Estados Unidos”, disse a nutricionista, que explicou as diferenças entre os diversos tipos de açúcares. Ela afirmou que produtos diet são voltados para diabéticos e produtos light apenas têm uma menor quantidade de açúcar. Também alertou ao uso consciente do sal.

A palestrante analisou o rótulo de um produto para verificar o equilíbrio entre as medidas dos nutrientes. Para ela, um prato saudável deve conter 50% de saladas e legumes, 25% de carboidratos e 25% de proteínas. Richelle recomendou alimentação de três em três horas. “Comer de forma saudável é caro?”, perguntou a nutricionista, que respondeu com um comparativo entre produtos, demonstrando que a alimentação saudável é mais barata em todos os casos.