Recuperação de drogados é tema da Tribuna Livre

por Assessoria Comunicação publicado 23/11/2011 21h10, última modificação 12/08/2021 16h43
“O dinheiro dado ao guardador de carro pode ajudar a financiar tráfico”. O alerta foi dado pelo padre Alexandre de Castro, pároco do santuário e diretor espiritual do Programa da Associação Missionária Recuperação Vidas (Amirev), nesta quarta-feira (23), na Câmara de Curitiba. O tema da Tribuna Livre desta semana foi recuperação de dependentes químicos e contou com a presença e depoimento do coordenador geral da Amirev, Marcelo Fortunato que, durante 24 anos, foi usuário de drogas. “A droga é apaixonante. O duro são as consequências. Somos doentes e essa doença se chama dependência química”, frisou, acrescentando que o dependente adoece também seus familiares. “Cada dependente atinge em média 20 outras pessoas”, afirmou.
O vereador Tito Zeglin (PDT), autor da iniciativa, saudou os convidados reiterando a importância do tema para a saúde pública. Explicou que a Amirev é uma comunidade terapêutica para tratamento de homens com dependência química que atualmente conta com duas casas de recuperação na região de Londrina, uma em Cambé e outra em Ibiporã, no Paraná, onde residem cerca de 80 homens. “A droga é o mal do século. Precisamos ajudar quem trabalha para prevenir e controlar esse mal. Podemos implantar a associação, que está dando certo na região de Londrina, em nossa cidade”, disse, lembrando que, desses 80 internos, 18 são de Curitiba.
Marcelo Fortunato falou que o tratamento terapêutico consiste em oração, trabalho e disciplina. O ambiente para o tratamento, segundo ele, deve ser acolhedor, tranquilo e respeitoso para quem chega e para quem reside lá. Esses requisitos são preenchidos dentro das casas, criando assim laços familiares e preparando o indivíduo para o retorno ao convívio social. “Nosso objetivo agora é inaugurar em Curitiba ou em suas imediações uma comunidade terapêutica para manter os dependentes químicos da região”, disse, acrescentando que o lugar precisa ser afastado. Dois alqueires é o suficiente para a edificação com área para desenvolver o trabalho e lazer. “O que eles precisam é sair do barulho”, enfatizou.
De acordo com a apresentação, de cada dez internados dois se recuperam. O baixo índice, explicou, se dá pelo fato de que o tratamento completo leva nove meses e poucos permanecem até o final. “Setenta por cento dos que completam o tratamento, ou seja, em regime fechado de nove meses, se recuperam definitivamente”.
Em aparte, diversos vereadores cumprimentaram os convidados. A vereadora Noemia Rocha (PMDB) e o vereador Valdemir Soares (PRB) destacaram a importância das comunidades religiosas na luta contra as drogas. Julieta Reis (DEM) afirmou que a droga, em especial o crack é o mal do século, que gera desestruturação física e psicológica. Na opinião da parlamentar, o caminho é criar políticas públicas para substituir a droga pelo esporte e pelas artes. Juliano Borghetti (PP) sugeriu que escolas desenvolvam trabalho de conscientização especializado. “A luta é diária e constante, assim como com a violência”, destacou Pedro Paulo (PT). Os vereadores Jair Cézar e Nely Almeida, ambos do PSDB, também contribuíram com o debate e parabenizaram Tito Zeglin pela iniciativa.